Alguns meses atrás
I
-Hei,
Hei, acorda. –Dizia um garoto.
-O que é Ed. – Disse seu amigo se recusando a acorda.
Ed era um garoto de 22 anos de idade de uma altura
normal, sua pele era parda, cabelos negros cortado de forma curta, seus olhos
eram castanhos e seu sorriso doce e inocente, ele vestia-se com roupas de cor
clara, uma calça cinza e uma camisa branca.
Elion tem em torno de vinte anos, diferente do outro
possuía uma pele clara, seus cabelos era de um castanho quase loiro e estavam
cortados no mesmo estilo do primeiro só que de uma forma um pouco mais longa,
seus olhos são de um castanho claro, era um pouco mais alto que seu amigo,
vestia-se com roupas para dormir.
Ele sentou-se na cama, olhando para o nada quando seu
amigo o chamou novamente.
-Elion, poxa, acorda.
-Já acordei, o que o garoto quer?
-Aparentemente é um caso, mas ele só entrara em detalhes
com você. –Respondeu o mais velho.
-OK. irei tomar um banho para descer, informe-o que já, já
descerei.
Não
se passou muito tempo, e o rapaz já estava na sala de estar.
Como Ed havia lhe dito, de fato era um garoto que estava
querendo falar com ele.
Um garoto que não aparentava ter mais que dezesseis anos
de idade, seus cabelos e olhos eram escuros e sua pele quase na mesma
tonalidade a de seu anfitrião.
-Bom dia. –Elion falou olhando o garoto se levantar.
-Boa tarde. –Respondeu o garoto fazendo o mais velho
conferir as horas.
-Ou certo. –Finalizou ele com um sorriso cumprimentando o
garoto. –No que posso ajuda-lo? Senhor?
-Tomas, Tomas Gomes, senhor. –Respondeu ele.
-E no que eu poderia lhe ajudar senhor Gomes?
-Há certo tempo, a minha avó desapareceu, a polícia nunca
a encontrou e depois deu o caso como encerrado, gostaria que o senhor a encontrasse.
-Esse seu certo tempo, refere-se há quantos meses?
–Perguntou o jovem detetive.
-Vinte e três anos, para ser especifico.
Elion ficou boquiaberto e pensou bem antes de falar.
-Você supõe que eu vá atrás de uma pessoa que desapareceu
a vinte e três anos, e você nem sabe se ela ainda está viva, é isso?
-Exatamente. –Disse tomas com um sorriso.
Elion o encarou e disse.
-Diga-me apenas o motivo por traz desse caso?
-Eu quero conhece-la, não me importo se ela causou dor a
meu avô e a minha mãe, isso já foi há muito tempo, eu quero apenas conhece-la,
saber como é ter uma avó, já que minha paterna morreu a muito tempo.
-Garoto, você já considerou a possibilidade de ela não
está mais viva?
-Já. –Respondeu o garoto. –Mas eu ao menos mereço saber o
que aconteceu com ela, não é mesmo?
-Compreendo. –Disse o detetive. –E por qual motivo a
policia desistiu de procura-la?
-Certo dia ela apenas desapareceu, sem explicação alguma,
simplesmente sumiu, a policia trabalhou com varias possibilidades, sequestro
que logo foi descartado por que ninguém pediu um resgate, assassinato, assalto,
estupro, e com a hipótese dela ter apenas fugido de casa, simples assim, sem
mais ou menos.
-E o que você acha? –Voltou a perguntar o mais velho.
Tomas abaixou a cabeça e pensou um pouco.
-Eu não sei. –Disse ele. –Minha mãe disse que ela apenas
cansou do casamento e da família e foi embora sem querer ser encontrada, talvez
ela esteja em outro país, tenha outra família, para mim, isso não importa, eu
só quero saber se ela está bem e principalmente, quero conhece-la.
-Compreendo. O caso que você me propõe é intrigante,
gosto de desafios, mas antes de aceita-lo, o que acontecerá se sua avó não quiser
lhe conhecer?
-O que realmente importa é que eu tentei, não?
Elion sorriu de lado e disse.
-Ótimo. Aceito o caso, irei refazer os passos de sua avó,
voltarei no tempo por assim dizer.
II
-Eu gostei muito do fato de você querer ajudar o garoto,
mas por que foi que eu tive que vir mesmo? –Edson perguntava indignado.
-Ora meu caro. –O mais novo começou. –Somos uma dupla,
não teria sentido eu vir sozinho.
-Você fica passando na cara que eu só atrapalho, que eu
deveria ficar em casa.
-Céus, eu nunca disse isso.
Ed serrou os olhos o encarando.
-Você fala isso em todas as investigações. –Disse ele.
Elion apenas o encarou sorrindo e disse.
-Não me recordo de tal ato, agora se me permite, creio
que o endereço seja esse. –Disse o jovem detetive olhando para uma casa de dois
andares.
Os dois foram recebidos pelo jovem Gomes que já os
aguardava ansiosamente no portão de entrada.
-Fico feliz que já tenham chegado. –Disse ele. –Vamos
entrem.
Eles seguiram o garoto em silencio, atravessando o vasto
jardim seguindo um caminho de pedras até a entrada da casa.
O imóvel era grande, sua faixada continha traços
barrocos, a casa era pintada de um tom de azul petróleo com os detalhes em
branco neve, a porta de entrada era de madeira, que como a estrutura do prédio
também era rica em detalhes.
Ao entrarem na casa viram uma vasta sala de visitas, que
diferente da estrutura da casa, era bem moderna, a sala era pintada com uma cor
clara que os dois não identificaram, diferente da casa de Elion os moveis ali
eram extremamente caros e luxuosos, variando entre o branco e o preto.
Antes que os dois pudessem reparar em algo mais, foram
abordados por uma mulher extremamente elegante, vestida de uma saia social
preta e uma roupa no mesmo estilo porem de cor branca, e calçada com um salto
preto. Ela se aproximou e disse.
-Quem são esses? Meu querido.
O jovem detetive aproximou-se e disse.
-Meu nome é Elion senhora e esse é meu amigo Ed, somos
detetives particulares, e fomos contratados pelo seu filho, para investigar o
desaparecimento de sua avó.
-Desculpe? –Disse ela. –Tomas meu querido pensei que a
gente já tivéssemos conversado sobre isso?
O garoto encarou sua mãe sem demostrar emoções e disse.
-Eu falei com vô e ele estava de acordo.
A mãe do garoto apenas suspirou e disse aos outros dois.
-Meu nome é Elizabeth, sou a mãe de Tomas, por favor,
venham a minha sala.
Elizabeth como já dito era uma mulher extremamente
elegante, era de uma altura jugada como normal, seus cabelos eram longos e
lisos de uma cor castanho claro, seus olhos eram diferentes dos de seu filho,
eram de uma tom verde azulado.
-Meu filho tem uma certa obsessão pela avó. –Disse ela já
sentada em sua cadeira. –Não irei pedir para que recusem o caso, pelo contrário,
quero que façam o que for necessário para encontra minha mãe. Creio que meu
filho só ira descansa quando ele a encontrar ou vê que nunca irá encontra-la.
-Por que a senhora acha que nunca encontraremos?
–Perguntou Ed.
-Quando ela saiu de casa eu tinha apenas quatorze anos,
eu vi meu pai gastar boa parte de sua fortuna procurando por ela, e no fim, ela
simplesmente não queria ser encontrada, ele acabou desistindo, e entrando em
depressão em seguida, hoje ele é esquizofrênico e vive a base de remédios.
-Ele deveria amar sua mãe? –Ed voltou a falar.
-E muito. –Disse ela o encarando. –Desde o ocorrido ele
não passa um dia sem falar o nome dela, pobre papai, tenho pena dele, afinal
ele não merecia toda essa dor.
Elion suspirou e perguntou.
-Por qual motivo sua mãe saiu de casa?
-Para ser sincera, eu não sei, nunca faltou nada para
ela, talvez tenha sido pelo fato dela não amar meu pai, é uma hipótese.
-Fato, mas isso não justificaria o fado dela abandonar
uma filha! –Exclamou o detetive.
Elizabeth abaixou a cabeça perante tais palavras.
-Desculpe-me. –Falou Elion. –Não foi minha intenção.
Ela forçou um sorriso e disse.
-Tudo bem, o senhor está certo, ela simplesmente me
deixou para traz sem nem se despedir, eu poderia dizer que ela teve suas razões
coisa tal, mas nada justificar o ato de abandonar uma filha sem motivos
aparente.
-Compreendo sua dor. –Disse o mais novo. –Sabe. Eu nunca
conheci meus verdadeiros pais. –Elion falava em um tom neutro. –E não sei se
estaria disposto a conhece-los, mas a vida segue em frente, e creio que o mesmo
ocorreu com a senhora, não?
-Verdade. –Falou ela mostrando está um pouco mais alegre.
–Diferente de meu pai, eu não deixei isso me abalar, e desde cedo tive que
tomar as rédeas desta casa e dos negócios da família.
-A família Gomes trabalha com o que mesmo? –Desta vez foi
Ed quem perguntou.
-Como meu pai, sou advogada, minha família tem um
escritório no centro de Recife.
O mais novo não prestou muita atenção naquela parte da
conversa, ele foi deduzindo que Elizabeth teria tal profissão devido às roupas
que a mesma vestia, e pelo fato daquele escritório está cheio de documentos e
registros, havia também um notebook e alguns livros sobre lei em uma estante
por traz de sua anfitriã.
O garoto apenas sorriu, era impossível que o mais velho
não tenha percebido tudo aquilo.
-E sua mãe? –O mais novo perguntou sem nenhum pudor. –Ela
também trabalhava no escritório da família?
-Oh não! –Disse a senhora Gomes. –Minha mãe dedicou sua
vida apenas à leitura, ela era uma mulher calma, porem aventureira, ela não
gostava muito de sair por ai se arriscando, então se deleitava na leitura de um
bom livro.
-A senhora saberia nos dizer qual foi o ultimo livro lido
por ela? –Elion voltou a perguntar.
Sra. Gomes pensou um pouco e disse.
-Creio que não, já faz muito tempo e na época eu não me
preocupei em saber tal detalhe, mas se os senhores me permitem, eu poderia
mostrar a biblioteca dela. –Ela sugeriu.
-Seria uma ótima ideia.
-Seria? –Disse seu companheiro o encarando.
-Seria. –O mais novo disse com um sorriso.
Elisabeth os acompanhou até o ultimo andar, onde ficava a
biblioteca.
Ao chegar lá, eles perceberam que a biblioteca não ficava
no segundo andar, ela era o segundo andar. Havia centenas de livros ali, todos
de conteúdo literário, organizados de acordo do país de origem e por ordem
alfabética do nome do autor, havia livros desde os clássicos aos
contemporâneos.
Sara Gomes era uma amante nata pela leitura, e Elion
estava adorando aquele lugar, aquela coleção era fantástica para uma biblioteca
particular no meio de Recife, e ele não pode esconder um pequeno sorriso de
admiração que se formava.
-Pode ficar com alguns se quiser. –Elizabeth disse ao ver
os olhos brilhantes do jovem detetive.
-Muito obrigado. –Respondeu ele. –Ela de fato amava os
livros.
-Fato, eu também adorava lê junto com ela, e adorava
quando ela lia para mim, mas depois do ocorrido aos poucos fui deixando tal ato
e comecei a lê apenas os livros de direito. –Ela conferiu a hora em seu relógio
e disse. –Eu já estou atrasada para ir ao escritório, desculpe-me, mas não
posso deixar de ir hoje, tenho um caso importante para resolver, mas sintam-se
a vontade, qualquer coisa, falem com meu filho, creio que ele ajudará no que puder.
-Compreendo. –Elion disse se despedindo da anfitriã
Ele e seu companheirão adentraram na biblioteca, em quanto
o mais novo observava algumas coleções, o menor pegou um livro aleatoriamente e
disse olhando para as páginas do mesmo.
-Sabe, literatura é coisa do capeta.
-An? –Elion disse sem entender.
-Sabe, ela se dedicou a seus livros, os amando
provavelmente bem mais que a família, e no final das contas ela fugiu de casa
para viver uma aventura que provavelmente ela viu em algum livro.
-Creio que tenha que discordar com você, a leitura de
fato nos faz viajar em um mundo só nosso, mas acho pouco provável que o ato de
ler a tenha feito desistir da vida que tinha aqui, a leitura nos faz refletir
sobre a vida e a sociedade, nos faz ter uma visão mais crítica em relação à ao
meio que vivemos, e uma pessoa que tem o hábito de ler não se aliena ou se
deixa levar pelo o que é imposto pelos padrões da sociedade com tanta
facilidade.
Ed ficou corado com a resposta do garoto e disse.
-Na escola só vi a parte teórica da literatura, eram
raras as vezes que trabalhávamos diretamente com a obra.
Elion sorriu e disse.
-Então melhor que comece a lê, recomendo começar com a
obra A mão e a luva de Machado de Assis, é um dos meus favoritos.
O mais velho começou a andar pela biblioteca sendo
seguido por Elion.
-A antiga dona desta biblioteca tinha um gosto bem
diversificado, não? –Observou ele.
-Devemos conhecer um pouco de tudo meu caro. –Respondeu o
maior. –Mas provavelmente ela deve ter priorizado uma coleção ou autor.
-E como vamos descobrir isso? Aqui tem milhares de
livros! –O menor falou indignado.
Elion apenas suspirou e passando as mãos sobre os cabelos
ele disse.
-Aqui tem obras lançadas recentemente, nossa amiguinha
está desaparecida a mais de vinte anos, podemos começa descartando tais obras,
vamos prioriza as obras com um sinal maior de desgasto, pois provavelmente
foram os mais lidos.
-Ou, podem perguntar a mim. –Disse tomas aproximando-se.
-Ou podemos pergunta a ele. –O mais novo concordou.
-Pelo que meu avô me falou os favoritos dela são os
clássicos norte americano, mais ela amava não apenas os clássicos, mas a todos
os nortes americanos, meu avó disse que ela lia de tudo um pouco e também tinha
outros livros em sua lista de favoritos, como Memorias Póstumas de Brás Cubas,
Machado de Assis, de acordo com meu avó ela amava esse livro mais pelo o que
ele proporcionou a literatura brasileira do que pelo o que estava escrito nele,
e era um dois mais lidos por ela.
-Você conhece esse? –Ed perguntou para o outro.
-Como não. –Elion disse pensativo. –Brás cubas lamentava
pela vida que teve, e narrava sua historia de vida logo após sua morte.
-Acho que sei o que o senhor está pensando. –O jovem Tomas
disse. –O senhor acha que há alguma possibilidade dela ter saído desta casa
para não ter uma vida de arrependimentos como o protagonista do livro teve?
-O mundo real é diferente dos contos literários, e sua
avó sabia disso, como eu disse para Ed, a literatura nos faz refletir e sermos
mais críticos, não creio que ela tenha abandonado sua vida por causa do hábito
da leitura.
-E o que você sugere então? –Perguntou seu companheiro.
-Que façamos uma viagem no tempo, creio que algo
aconteceu no passado de Sara, e é isso que devemos descobrir. –Elion encarou o
jovem Gomes e perguntou-lhe. –Meu jovem, você saberia nos dizer quem trabalhava
nesta casa na época do incidente?
O garoto sorriu e abaixou a cabeça em afirmação.
III
Eles estavam de volta no escritório da senhora Gomes,
tomas estava pegando uma pasta quando disse.
-Aqui tem uma copia de todo o processo feito pela
policia, contam os nomes de todos os funcionários e amigos de minha avó e da
família e de todos os envolvidos na da época. –Ele dirigiu-se para a mesa
colocando os arquivos sobre ela. –A maioria dos nomes, quase todos na verdade
estão marcados, a medida que em que as pessoas iam morrendo, eu marcava o nome
dela na lista, um dia sabia que ia acabar contratando alguém para ir atrás de
minha avó, então estava tentando facilitar o trabalho. –Finalizou ele encarando
os outros dois com um sorriso estampado no rosto.
Tomando os arquivos para sir Elion tirou um pequeno bloco
de anotações e uma caneta de cor preta de seu bolço, e após um tempo olhar os
arquivos ele começou a escrever alguns nomes em seu bloco.
-O que aconteceu com seu pai? –Ed perguntou quebrando o
silêncio.
-Minha mãe divorciou-se dele logo após saber que ele
estava tendo um caso com uma de suas clientes.
Ed
mordeu os lábios inferiores ao perceber a gafe que havia cometido.
-Seu pai era medico ou advogado? –Elion perguntou
desviando os olhos dos arquivos.
-Como todos da família, ele era advogado, trabalhava no
escritório que pertenceu a meu avô. –Ele disse meio cabisbaixo. –Todos esperam
que eu seja advogado como o resto da família, mas acho que sou como minha avó,
um amante da leitura, meu sonho é me torna um escritor.
Ed ia falando alguma coisa mais parou ao ver que seu
amigo o estava fuzilando com os olhos.
-Os livros novos na biblioteca, são seus? –Elion
perguntou.
-Sim, são.
Ao ouvir aquela resposta ele voltou sua atenção de volta
aos documentos.
Após um tempo havia alguns nomes sobre o papel.
-E agora? –Ed perguntou.
-Agora vem à parte interessante. –Elion respondeu. –Os
interrogatórios.
IV
-Senhor Gustavo Sousa? –Disse Elion se aproximando de
homem parto de cabelos cortados em um estilo militar.
-Sim, no que posso ajudar? –Respondeu ele.
-Meu nome é Elion, sou detetive particular, creio que já
tenha ouvido falar de mim.
-Mas é claro, no que posso ajuda-lo?
-Seu pai o antigo delegado, trabalhou em um casso a uns
vinte e três anos atrás, o caso nunca foi solucionado, e estou aqui atrás de
respostas.
-Creio que eu estava na faculdade nesse período, mas de
qual caso estamos falando.
-O desaparecimento de uma senhora chamada Sara Gomes.
-O caso Gomes?
-Suponho que sim. –Disse Elion.
-Eu de fato estava na faculdade quando deram inicio ao
processo, meu pai falou pouca coisa comigo a respeito, mas o que tudo indicava
era que ela não queria ser encontrada.
-O senhor teria algum registro do caso, nomes das pessoas
que trabalharam no caso ou que tiveram algum contato direto com?
Gustavo encarou o jovem detetive, não entendendo onde
queria chegar.
-Não estou lhe entendendo senhor. –Disse ele.
-Havia alguém trabalhando no caso que fosse próximo a
sara Gomes?
-Supostamente não,
mas creio que deva haver algo no sistema que possa lhe ajudar, só um segundo.
–Ele tomou sua atenção a seu computador e após um tempo disse. –Meu pai era
muito organizado, e gostava de salvar todos os registros de seu trabalho, aqui.
Ele imprimiu algumas folhas e a entregou ao rapaz a sua
frente.
Após lê-la algumas informações se destacaram e sua mente.
Sara gosmes
desaparecida em 23 de setembro de 1992.
Anthony Tavares detetive
responsável, deu o caso como encerrado em 5 de dezembro do mesmo ano
Sara Gomes apenas abandonou sua família
e saiu de casa sem querer ser encontrada.
Ao terminar de ler e fazer algumas anotações o jovem
disse.
-Esse Anthony Tavares, onde posso o encontrar?
-Creio que no cemitério, ele morreu a cerca de um ano,
mas se quiser você pode falar com o filho dele, mas vou logo lhe avisando, o
garoto é problemático e vive se metendo em encrencas.
-Onde posso encontra-lo? –Elion disse sem se importar com
os comentários feitos por Gustavo.
-Eu irei lhe passar o endereço. –Disse ele por fim.
Elion atravessou boa parte da cidade para encontra o
caminho da casa da família Tavares.
Ao chegar a praça do diabo o rapaz ficou admirando o fato
da igreja de São Miguel está em decadência e a praça está em um bom estado.
-Isso é estranho. –Disse Ed ao seu lado.
-Prefiro não comentar. –Elion disse olhando para os
lados. –Creio que a rua Imperial seja por aqui. Por ali! Eu acho? –Disse ele
começando a andar.
-Como é a casa mesmo?
-Amarela, numero doze. –Elion respondeu.
Após alguns segundos lá estava eles.
A casa era bem maior que o esperado, um verdadeiro
patrimônio histórico, uma pena a segurança daquela rua não ser tão rigorosa,
daria para usar aquele lugar como um ponto turístico ou algo por tipo, e
acabaria de certa forma até mesmo valorizando a feira da rua da praia que
ficava logo em seguida.
-Vamos bater? –Ed disse esperando seu amigo dá alguma
iniciativa.
-Claro. –Disse ele tocando a campainha.
Ouviram-se alguns passos lá dentro e em seguida a voz de
um garoto.
-Quem é? –Disse ele.
-Meu nome é Elion, sou um detetive particular, e gostaria
de falar com o senhor, é a respeito de seu pai.
-Vá embora, não tem ninguém em casa.
-Mas estamos ouvindo a sua voz! –Ed disse sem entender.
Elion encarou o rapaz fazendo um gesto com a mão que
dizia mais ou menos. Qual é o seu problema.
-Qual é o seu problema, cara. –Elion disse com ar de
desapresso.
Ele voltou sua atenção para a porta e para o garoto que
estava que estava dentro da casa.
-Desculpe-me, mas terem que insistir, precisamos de sua
ajuda.
-E o que eu ganho com isso. –Disse a voz dentro da casa.
-Como? –Elion respondeu.
-Se você precisa de ajuda a ponto de vir falar comigo é
porque o assunto é serio, então se querem minha ajuda, terão que me dar algo em
troca.
-Esta bem. –Disse Elion. –O que você quiser.
A porta se abriu e os dois do lado de fora olharam
atentamente para o garoto.
O filho do antigo detetive era magro de um porte médio,
Seus cabelos eram longos, com a franja caída nos olhos, devido o estado de sua
pele, notasse que ele não saia de casa a dias e que provavelmente seu quarto
não teria janelas, impedindo a luz do sol de entrar, Ele tinha um pequeno alargador em uma das orelhas,
usava uma camiseta velha de cor preta, em seus braços era possível ver uma
tatuagem, uma cruz com uma serpente enrolada, uma coroa sobre e assas ao lado
da coroa, a tatuagem era uma espécie de cruz alquímica, o garoto era
provavelmente menor de idade, deixando a entender que ele não tatuou aquele
símbolo em um local autorizado pela lei.
Quando a porta foi aberta um forte cheiro de ervas
invadiu as narinas dos dois mais velhos, algo como salvia misturada a cannabis.
-Entrem. –Disse o garoto dando passagem.
Elion seguido por seu companheiro entraram na casa com um
certo anseio, Elion agora sabia bem o que o delegado disse como problemático,
obviamente ele já foi parar varias vezes na delegacia, e por respeito a seu
falecido pai, ele foi solto com alguma advertência.
Aparentemente a casa era maior por dentro do que por
fora, todos os móveis ali eram antigos, mas possuíam uma certa classe, a
maioria eram feitos de madeira de carvalho e outros porém a minoria de nogueira
dando um ar mais rustico a casa.
-Do que vocês precisão. –Disse o anfitrião.
-Você mora aqui sozinho? –Ed perguntou incrédulo.
-Isso faz alguma diferença.
-Além do fato de você ser de menor, não. –Respondeu
Elion. –Seu pai trabalhou em um caso cerca de vinte e três anos atrás, eu tinha
a esperança de fala pessoalmente com ele, mas fui informado que ele faleceu a
cerca de um ano...
-Ele foi assassinado, a cerca de um ano, e o assassino
dele está por ai, vivendo uma vida que não merece. –O garoto disse o
interrompendo.
-Sinto muito. –Respondeu.
-Não sinta, já que você sabia que ele tinha morrido, por
que veio aqui?
-Todo bom detetive tem tudo registrado em um espécie de
diário, e sei que eles não descansam até que o caso seja resolvido, mesmo que a
policia o tenha dado como encerrado. –Elion disse entregando os papeis
impressos por Gustavo.
Logo após lê-los, e observar as partes marcadas por Elion
o jovem disse.
-Como você sabe que não foi meu pai que encerrou o caso?
-Seu pai como qualquer outro detetive só diria que uma
mulher como Sara, de fato saiu de casa por vontade própria se ele a tivesse a
encontrado, e ela ter dito isso a ele, como não creio que isso tenha
acontecido.
-Meu pai guardava todos os seus cadernos em um baú lá no
terraço, posso dá uma procurada se você quiser. –Ele disse olhando para o mais
novo.
-Ficaria grato. –Elion disse com um sorriso.
-A proposito, meu nome é Victory, Victory Alexander.
–Disse ele se levantando e saindo em direção aos andares de cima.
Cerca de vinte minutos depois Alexander voltou segurando
um caderno bem gasto de capa de couro em um tom marrom.
-Encontrei disse ele.
Elion levantou-se e antes que pudesse pegar o diário O
garoto levantou a mão e disse.
-Eu disse que lhe ajudaria, mas em troca quero queria
algo.
-Estou lembrado, o que você quer exatamente? –Disse Elion
recuando dois passos para traz.
-Quero pegar o assassino de meu pai, mas não sei por onde
começar então quero que me ensine a caçar, quero que me ensine a ser um
detetive, temos um trato?
-Feito. –Elion disse estendendo a mão para que o garoto o
entregasse o caderno de capa marrom.
Após fazer uma rápida leitura, suas suspeitas haviam apenas
alimentado, como ele o detetive Tavares não acreditava que Sara tivesse apenas
desistido da vida e foi embora, ele acreditava que ela tivesse sido
assassinada, mas por não conseguir provas o suficiente a policia não levou a
opinião dele em relevância.
Semelhante ao jovem Gomes, ele riscava os nomes das
pessoas envolvidas que faleceram com o passar do tempo, mas ele foi um pouco
mais além, ele atualizou o endereço de todos os que ainda estavam vivos,
aparentemente ele não havia desistido do caso apesar de tantos anos.
{...*...}
Anotações
de Anthony Tavares
Ana Vieira: Copeira a mais
de 10 anos, afirma que sua patroa Sara, sempre foi uma mulher tranquila e
sonhadora, porem nos últimos dias começou a ter algumas discursões com seu
marido, muitas dessas brigas eram voltadas ao seu comento como um todo,
chegaram até a discutir quem ficaria com a guarda da garota, a senhorita vieira
não sabia por qual motivo desencadeou tais disfunções, de acordo com ela, eles
tiveram uma briga pela manhã do dia de seu desaparecimento, e a única vez que a
mesma viu sua patroa foram em tornos das 14 horas, quando ela saiu levando
apenas uma pequena bolsa, um assessório apenas.
Arthur Gomes marido de Sara,
disse que as brigas que sua copeira afirmou que ele estava tendo com sua esposa
eram apenas pequenas discursões, coisa que todo relacionamento tem, afirmou
também que sua esposa não voltou para casa depois que sua empregada a viu sair.
Elizabeth, filha de Sara,
disse que seu pai realmente discutia muito com sua mãe, ela nunca se envolveu
diretamente nas brigas deles, mas disse que sua mãe a tratava muito bem e que a
mesma já havia lhe dito que deixaria seu pai e gostaria que ela fosse junto com
a mesma.
Leopoldina, melhor amiga de
Sara afirmou que sua amiga não a informou nada, e que infelizmente não poderia
ajudar, uma das únicas coisas que ela sabia era que sua amiga sara estava
cansada do casamento, e que pretendia de fato lagar o marido, mas ela nunca
pensou que Sara tomaria a decisão de simplesmente ir embora, sem mais ou menos,
disse também que não era do feitio de sua amiga fazer algo sem a comunicar
antes.
Entre tudo o que foi dito pelos o que conhecia Sara
Gomes, ela não teria um motivo realmente serio para abandonar seu lá, estou
levando em consideração alguns detalhes, primeiro se as discussões eram
realmente serias, segundo se de fato ela teria um amante e por fim os dois
anteriores gerando assim a morte da senhora Gomes, mas se de fato ela foi
assassinada, onde estaria o corpo? E se ela fugiu devido às diversas discussões
que estava tendo com seu marido, com qual dinheiro ela fez isso, já que a conta
bancaria não tocada? E se de fato ela tinha um amante quem era? E por que
ninguém sabia da existência dele?
{...*...}
-Aparentemente Anthony estava longe de resolver o caso.
–Elion disse por fim.
-Mas acordo é acordo. –Disse Alexander.
-Eu sei, não falei o contrario. –Elion disse se
levantando. –Vamos Ed, temos muito o que fazer.
-E para onde iremos agora? –Perguntou o rapaz.
-Para a casa de Leopoldina, se dermos sorte ela estará
morando ainda em Ouro Preto.
-Da próxima vez eu vou ficar em casa. –Ed disse se
queixando. –Detesto ficar rodando.
Elion revirou os olhos e disse.
-Faça o que quiser, mas agora vamos.
Ao saírem na rua e andarem alguns metros, eles pararam ao
ouvir a voz de Victory.
-Esperem. –Falou ele trancando a entrada de sua casa. –Eu
irei com vocês.
-Como, perguntou Elion.
-Eu disse que iria descobrir quem matou meu pai, e você
disse que me ensinaria como, nada melhor do que eu ver você trabalhando.
Ed deu um leve soco no obro do maior e disse.
-Se ferrou, vai ter que ser babá.
-Há, há. Há. –Elion disse com desprezo. –Está bem garoto,
vamos, temos que pegar um taxi.
V
-Muito obrigado por nos receber. –Elion disse a uma
senhora.
-O prazer é meu, já faz muito tempo que o caso Sara não é
falado, e aqui estão vocês, jovens detetives a procura da verdade.
Elion sorriu e sentando-se no sofá a frente da poltrona
onde sua anfitriã estava.
Os outros faziam o mesmo quando Elion disse.
-De acordo com os registros do antigo detetive o senhor
Tavares, ele diz que a senhora foi a melhor amiga da senhora Gomes, isso
confere?
-Isso mesmo, éramos grandes amigas.
-A senhora também disse que ela estava brigando muito com
seu marido, ela chegou a ser espancada?
-Oh não! –Exclamou Leopoldina. –Arthur jamais levantaria
um dedo para bater em Sara, o máximo que ele fez foi levantar a voz, mas creio
que nem verbalmente ele a agredia.
A simplicidade de Leopoldina era semelhante à de sua
casa, simples.
Elion olhou bem para a pobre senhora, antes de
prosseguir.
Leopoldina era negra e possuía um corpo robusto, tinha
características fortes, e mesmo com toda aquela simplicidade era claro que ela
tinha pessoalidade, e principalmente não tinha medo da verdade. Elion sabia que
ela sabia mais do que disse para Anthony anos atrás, e ele estava disposto a
sugar toda a verdade dela. Ele continuou a encarando, a estudando
perfeitamente, apresar da idade, Leopoldina tinha poucos fios de cabelos
grisalhos e mal tinha rugas em sua pele, Elion se pegou imaginando como ele
seria daqui a sessenta anos, sua pele provavelmente estaria toda estragada e
ele mal se suportaria em pé, mas lá estava ela, morando sozinha, se virando só,
sem a ajuda de ninguém, mostrando força e saúde, talvez essa seja uma das
belezas e vantagens da pele negra, não envelhecer, ou se queimar ao sol, ou ter
espinhas, se Elion estava invejando a vitalidade aquela mulher? Sim, ele
estava.
Os pensamentos do garoto foram quebrados com o barulho da
chaleira.
-Desculpe-me. –Disse a velha senhora se levantando. –Já
volto, vocês gostariam de uma xicara de chá?
-Não. –Ed falou.
-Não, obrigado. –Disse Alexander.
-Do que seria o chá? –Elion perguntou.
-Eva doce com camomila e um pouco de canela.
Os outros dois fizeram uma rápida careta diante da
mistura que aquela senhora fez com as ervas.
-Adoraria, é o meu favorito. –Disse o detetive fazendo os
outros dois o encarar.
A anfitriã foi para a cozinha, quando o maior olhou para
os outros dois e disse.
-O que foi? Eu realmente gosto de chá.
-A gente não está falando nada. –Disse Ed.
-Ei. –Victory disse chamando a atenção dos dois. –Como
você pretende faze-la falar.
Ed sorriu e disse.
-Vai por mim garoto, Elion sempre consegue o que quer, e
a maneira como ele consegue isso chega até a me assustar.
Eles pararam de falar ao ver que a velha amiga de Sara
estava voltando com o chá.
Ao pegar sua xicara de chá e tomar um gole, Elion disse.
-Senhora, como foi mesmo que a senhora conheceu a Sara?
-Isso foi há muito tempo, a gente estava no primeiro
período da faculdade de direito.
-A senhora fez direito, espera, Sara era advogada?
Leopoldina começou a rir da expressão do garoto e da
forma como quase ele se engasgou com o chá ao saber disso.
-Sim, ela era, e nos conhecemos lá, fizemos amizade e
depois que colamos grau, mantivemos o contato.
-Por essa não esperava. –Elion disse.
A velha senhora tomou um gole de sua bebida e disse.
-Pelo fato de eu viver em uma casa tão simples?
-Não de forma alguma, levando em consideração que a
senhora é aposentada, e o fato de não haver quadros ou fotos de crianças, supôs
que não tivesse netos ou filhos, então mesmo sendo tão forte como a senhora é,
viver sozinha em uma casa grande seria entediante e cansativo, então
provavelmente logo após se aposentar veio morar nesse bairro, com pessoas simples,
das quais a senhora ajudaria e ele é claro, retribuiria o favor, percebi que a
senhora era graduada, também pela forma de sentar e de fala e é claro que pude
deduzi pelos livros que estão na estante, abaixo da televisão, o que realmente
me surpreendeu foi Sara Gomes ter feito uma universidade de direito, pelo o que
me falaram, não era do feitio dela, ela era uma pessoa mais...
-Sonhadora. –Disse Leopoldina o interrompendo.
-Isso, sonhadora. –Afirmou o rapaz.
-Ela tinha os sonhos e desejos dela, mas ela era realista
e sabia se algo desse erado ela deveria ter um plano B, e a faculdade era seu
segundo plano, se é que você me entende.
-Perfeitamente.
-Sabe. –ela disse colocando a xicara de lado. –Sara era a
pessoa que mais se destacava na sala, ela era inteligente e bonita, o único defeito
que ela tinha era de sonhar alto.
-Como assim? –Elion disse tomando mais um gole de sua
bebida.
-Sara não era o tipo de pessoa, que se conformava com
alguma coisa, ela sempre queria mais, ela sempre dizia que queria viajar,
deixar tudo para traz, e isso não mudou quando ela se casou, nem tão pouco
quando deve sua filha, ela deixou de falar sobre tais assuntos, mas nunca
deixou de sonhar com eles.
-E a senhora acha que essa foi a ruina dela?
-Talvez sim. –Ela respondeu.
-Por quê? –Elion insistiu.
Leopoldina juntou as mãos a frende de seu rosto e disse.
-Eu diria que foi por sonhar de mais que as brigas com
seu marido começaram, ele queria que ela fosse mais presente na vida dele e da
pequena Elizabeth, mas ela insistia em deixar tudo de lado e viver seu solho,
viajar, talvez escrever um livro quem sabe, mas seja o que for que ela queria,
ela queria fazer sozinha.
-Então a senhora está dizendo que de fato ela um belo dia
resolveu sair de casa apenas com as roupas que estava usando?
Ela pensou um pouco antes de falar.
-Na verdade era isso o que eu gostaria de acreditar, mas
no fundo sei que essa não é a verdade.
Ouve uma breve pausa, onde o silencio dominou, Elion
apenas olhava fixamente nos olhos de sua anfitriã, enquanto os outros dois o
encarava, esperando o que estaria para vir.
-Ela sempre quis viver sua aventura, mas nunca teve
coragem de sai realmente de casa, algo era diferente, ela tinha uma filha, e
não podia abandonar tudo por um sonho, então ela resolveu mudar o foco de seu
sonho. –Leopoldina falava tentado focar em algo perdido no passado. –Ela
simplesmente resolveu viver uma vida sexual fora do casamento.
Elion sorriu diante da noticia, mas nada falou, ele
queria que ela continuasse sua narração.
-E acabou se apaixonando por seu amante. –Ela continuou a
falar. –E infelizmente seu marido acabou descobrindo, e as brigas começaram a
ser mais frequentes, eles iam até se divorciarem, ela queria viver com seu
amante e tomaria Elizabeth para sir, sabe, ambos eram advogados, mas Sara era
melhor que Arthur, e eu sei que ela conseguiria a guarda de sua filha.
-Mas algo não saiu conforme o combinado não foi? –Elion suspirou
algo por dentro o dizia exatamente o que aconteceu.
-O amante dela chamava-se John Alencar, eu só o vi
algumas vezes, não o conhecia muito bem, mas aparentava ser uma boa pessoa, mas
um dia ele recebeu uma proposta de emprego no exterior, Sara me procurou um dia
e disse que iria sair do país com John no dia seguinte, eu disse a ela que seria
loucura, mas ela não me ouviu.
-E por que você não contou isso para a policia na época?
–Elion perguntou.
-Eu não queria que a pequena Elizabeth achasse que a mãe
era uma vadia, como também pelo fato de Sara não querer ser incomodada por
Arthur ou por qualquer outra pessoa.
Elion pensou um pouco e disse.
-A senhora anteriormente disse que gostaria de acreditar
que ela de fato tivesse saído de casa. –Ele apertou um pouco os olhos por
debaixo de seus óculos e voltou a falar. –Algo aconteceu e a senhora sabe o que
é, como também sei que a senhora está disposta a falar.
-Você tem razão garoto. –Ela disse se reconfortando na
poltrona, demostrando pela primeira vez está cansada. –Há alguns dias eu vi
John em uma lanchonete, e perguntei por Sara, e sabe o que ele me disse?
Elion negou com a cabeça.
-Disse que não a ver desde o dia que saiu do país, e
disse também que ela não manteve contato com ele nem um único dia.
-E a senhora acreditou nele?
-Não vi motivos para não acreditar, ele não teria por
quer mentir depois de tantos anos, e apesar de tudo, eu era amiga de Sara, ela
teria me mandado um cartão postal, estivesse onde estivesse.
-A senhora teria o endereço do senhor Alencar?
-Sim, ele me deu, ele não mora muito longe, a casa dele
fica em Itamaracá, vou escrever o endereço para você, só um segundo.
VI
-John Alencar?. –Elion falou encarando um velho de
cabelos grisalhos, pele clara totalmente enrugada e olhos azuis marcantes. –Meu
nome é Elion, sou detetive particular, e estou aqui para falar de Sara Gomes,
presumo que a conheça.
-Meu Deus. Sim, por favor, entrem. –Disse o velho senhor.
A casa de John não era muito diferente da de Leopoldina,
a não ser pelas fotos espalhadas pela casa, aparentemente ele havia se casado e
tinha vários netos.
-Me acompanhem até a cozinha, minha esposa fez uma torta
de frango que sinceramente está maravilhosa.
-Muito obrigado senhor. –Disse o jovem detetive.
Ao sentarem na mesa os três foram servidos por uma
senhora extremamente bonita que deixou a cozinha em seguida, deixando os três
jovens a sós com seu marido.
-O que trazem vocês aqui? –Perguntou o senhor.
-O desaparecimento da senhora Gomes. –Respondeu Elion
passando sua parte da torta para Ed.
-Eu soube recentemente que ela desapareceu.
-Leopoldina.
-Sim, eu há encontrei certo dia e ela me perguntou sobre
sua amiga, confesso que fiquei sopreso com a notícia.
-Então o senhor não sabia de nada?
-Por deus, não.
-O que aconteceu no dia em que o senhor saiu do país?
-Bom. –Começou o senhor. –Como você já deve está sabendo,
Sara e eu tínhamos um caso, eu sabia que ela era casada, com também sabia que
ela não era feliz com o casamento.
-Não é querendo lhe julgar senhor, mas, creio que o
sensato seria ela terminar, já que não era feliz...
-Por favor, não atrapalha Ed. –Elion disse virando-se
para o garoto.
-Desculpa. –Disse ele voltando a comer sua torta.
-Eu sei que o que fiz não foi o certo, mas nós nos
amávamos.
-O senhor nos contava o que aconteceu aquele dia, por
favor, prossiga. –Elion disse seco.
-Bom, Sara disse que não suportava mais o casamento,
então não esperaria o divorcio sair para ir comigo para Portugal, na tarde do
dia em que partir ela me encontrou na praia de Boa Viagem, onde acertamos tudo
o que ela iria fazer.
Ouvi uma breve pausa, John fazia um esforço para
lembre-se.
-E depois? –Elion Perguntou.
-Depois ela disse que iria atrás de sua filha, e falou
que me encontraria perto do metrô, eu a informei que sairia de lá às 22 horas,
e que não poderia esperar mais.
-Mas ela não apareceu não é?
-Não, não apareceu, eu achei que ela tivesse desistido e
resolvido ficar com seu marido, como não podia esperar mais, fui embora, e
desde então perdi o contado com ela.
-aparentemente ela não voltou para a casa dele, o senhor
saberia o por quê?
-Desculpe-me senhor, mas acho que não, eu era o único que
ela amava, e se nem mesmo Leopoldina sabe o que aconteceu com ela, eu também
não saberei.
-Isso é lamentável. –Elion disse se levantando.
-Espera. –Disse o senhor Alencar.
-Sim. –Falou o jovem detetive.
-A alguma possibilidade, de ela ter me usado como
desface.
-Aonde o senhor quer chegar?
Os outros dois
garotos apenas encaram o jovem Elion.
-A alguma probabilidade de ela ter fugido sem mim, de ela
ter me usado como desfase para um plano maior?
Elion olhou para o pobre senhor, o olhando nos olhos, e
vendo suas pálpebras se encherem de lagrimas.
Depois de todos aqueles anos, ele ainda continuava a amar
aquela mulher.
-Não sei, por hora posso apenas lhe dá um talvez.
O anfitrião deu um sorriso de lado, e foi nesse momento
que uma lagrima escorreu dos olhos dele.
-Por favor. –Disse ele. –Quando você descobrir o que
aconteceu com ela, ou onde ela está, me informe, eu gostaria de saber o que eu
a fiz, para que ela me odiasse tanto.
-Não se culpe, talvez ela não fez por mal. –Ed disse
levantando-se.
-Ele está certo. –Elion afirmou. –Mas não se preocupe, eu
lhe manterei informado.
VII
Logo após sair da casa de John, os garotos foram
diretamente para a casa da família Gomes, encontrando Tomas no jardim.
-Vocês voltaram. –Disse ele. –Quem é esse?
-Esse é Victory, ele está com a gente. –Disse Elion.
–Tomas, precisamos falar com seu avô.
O garoto o encarou e disse.
-Você sabe que ele está doente e que não fala coisa com
coisa, né?
-Sei. –Respondeu ele. –Mas mesmo assim, temos que tentar
fala com ele.
O garoto concordou e começou a conduzi-los para o quarto
de Arthur.
O quarto era diferente dos outros, não ficava no primeiro
andar, ficava no próprio térreo, era um lugar grande, todos os moveis e paredes
ali eram brancos, havia um senhor sentado na cama olhando para o nada, e uma
enfermeira distraída com o celular.
-Senhora Sá. –Disse o jovem Gomes.
-Tomas? O que faz aqui? –Disse a enfermeira
levantando-se.
OS garotos se aproximaram e ele voltou a falar.
-Esse aqui é o detetive Elion, ele está trabalhando para
mim, a senhora poderia deixamos a sós com meu avô?
-Mas é claro. –Disse ela. –Mas você sabe que ultimamente
ele não anda falando coisa com coisa e que ele está medicado agora, não é
mesmo?
-Sim, sei, obrigado por lembrar. –Disse Tomas por fim.
A senhora Sá, pegou sua bolsa e saiu do quarto os deixando
a sós com o paciente.
-Vô, o senhor pode conversar? –Tomas perguntou
sentando-se ao lado do mais velho.
-Claro. –Respondeu ele o encarando. –Eu não sou louco
como todos dizem que sou.
Tomas apenas sorriu diante da resposta do paciente.
-Vó esse aqui é Elion. –Tomas falou apresentando os
rapazes. –E os outros dois estão trabalhando com ele...
-É sobre sua avó? –Disse Arthur interrompendo seu neto.
Tomas ficou com receios de responder, mas disse por fim.
-É! Eu os contratei para encontrar a vovó.
-Ela nunca será encontrada, não conseguiram encontrar era
antes e não vão encontra-la agora.
-Podemos ao menos tenta. –Elion falou se aproximando,
fazendo com que Arthur o encarasse. –Se ela estiver por ai, eu lhe garanto que
poderei encontra-la.
-Não, não poderão. –Retrucou o senhor de idade.
-E por qual motivo o senhor acha isso?
-Por quer será impossível, como eu disse, eles não a encontraram,
e não vai ser você que irar. –Arthur estava ficando um pouco alterado.
Tomas saiu da cama e encarou o jovem detetive que apenas
se aproximou-se mais.
-Está bem, desculpe-me. –Disse ele. –Não irei lhe
incomodar, mas o senhor ao menos poderia nos falar um pouco dela sabe
comportamento gostos, objetivos, essas coisas?
Gomes apenas olhou o jovem oficial e disse.
-Acho que sim, o que você gostaria de saber primeiro?
-Fale como era a sua esposa, como era conviver com ela.
-Insuportável. –Disse ele. –Ela era uma louca doente, que
preferia está vivendo intensamente, ela chegou a ir a um psicólogo, mas não
duvido que ela tenha ficado com ele também.
Os quatro ali presentes ficaram sem saber o que falar, as
historias contadas por cada pessoa começaram a tomar rumos diferentes, os
depoimentos dados há anos atrás, não eram parecidos em nada hoje, amantes,
psicólogos, faculdade, tudo isso era obsceno, Elion não duvidaria de encontra
Sara morando na casa ao lado esse tempo todo.
-Onde o senhor estava no dia em que era desapareceu?
–Elion voltou a perguntar.
-Não lembro, já faz muito tempo.
Elion apenas encarou por um tempo.
-As brigas que o senhor tinha com ela, eram devido às
traições?
-No começo não, era pelo fato dela viver uma vida
fantasiosa e não cuida de nossa filha ou de nosso casamento, eu só soube que
ela me traia muito tempo depois.
-E qual foi sua intenção, quando soube?
-Divorcio. –Respondeu Arthur. –Eu ia me separar dela, mas
ela se achava no direito de fazer o que fazia, e ameaçou-me de tirar minha
filha.
-E o que o senhor pretendia fazer? –Elion insistia em
perguntar.
-Ela não tomaria minha filha.
Arthur começou a se deitar na cama, os remédios já havia
começado a fazer efeito e ele só continuava falando por ser forte.
-Quais são os remédios que ele toma. –O detetive
perguntou a Tomas.
O garoto pensou um pouco e disse.
-Se não me engano são Axonium, Neozine entre algumas
injeções.
Elion olhou para o garoto disse.
-Medicamento um pouco pesado não?
-Acho que sim, não entendo muito disso.
A enfermeira voltou para o quarto quando o oficial disse.
-Com licença, senhora Sá, suponho que a senhora já tenha
visto o senhor gomes tendo ataques.
-Sim. –Disse ela. –Mas ele não é muito violento, ele só
tenta se matar, e fala coisas sem sentido.
-Do tipo?
-Coisas como ela está aqui e que o gato vai me pegar.
-Gato? Vocês tem algum gato aqui Tomas?
-Não que eu saiba. –Disse o garoto.
Elion olhou para a enfermeira e lhe perguntou.
-É só isso mesmo?
-Na verdade ele diz aqui tem demônios, mas é normal para
uma pessoa esquizofrênica.
-Verdade. –Elion disse por fim. –Muito obrigado senhora
Sá, a senhora foi de grande ajuda. –Antes que ele saísse ele fez mais uma
pergunta. –Senhora Sá, desculpe lhe atormentar, mas a senhora sabe qual é o medico
do senhor Gomes?
-Na verdade não, eu sou paga apenas para cuida dele,
enquanto está nesta casa, nunca o acompanhei até a clínica, mas o senhor pode
se informar com a senhora Elizabeth ou com o senhor Alves.
-Senhor Alves?
-O meu pai. –Disse Tomas. –Ele era quem ia com minha mãe
ao medico.
-Sei. –O detetive olhou para a enfermeira e disse. –Mas
uma vez obrigado.
Eles saíram deixando a enfermeira a sós novamente com
Arthur.
Ao chegarem à sela de está eles sentaram e começaram a
discutir.
-O que você acha Elion? –Ed perguntou.
-Mesmo estando dopado com os medicamentos, acho que ele
foi sincero em tudo.
-Por quer saber sobre o medico dele? –Alexander
perguntou.
-O histórico dele, e para saber se podemos levar o
depoimento de Arthur em consideração.
-Como assim? –Tomas perguntou.
Elion o encarou e disse.
-Não irei mentir para você garoto, a uma grande
possibilidade de sua avó ter sido morta, a vinte e três anos.
Tomas encarou o detetive e disse
-Essa possibilidade é de quanto por cento?
Elion respirou fundo, e antes que pudesse responder seu
amigo disse.
-É apenas uma hipótese, nada que se possa provar.
-De quanto por cento? –Tomas disse variando seu olhar
para Ed e para o mais novo.
-Noventa e cinco por cento. –Elion respondeu.
O jovem Gomes abaixou a cabeça, ele não queria pensar na
possibilidade de sua avó estar morta, desde crianças ele sonha em conhece-la, e
simplesmente ela não podia ter morrido.
-Por que o senhor acha isso? –Ele perguntou ao detetive.
-As pessoas mais próximas dela, não fazem ideia de onde
ela possa está, ela deveria de fato ter fugido no dia em que desapareceu, mas
simplesmente ela evaporou, sem deixar rastro, não quero afirma que ela esteja
morta, mas é uma possibilidade que devemos aceitar.
-Mas o senhor disse noventa e cinco por cento, e isso é
uma possibilidade muito grande.
-Eu sei, mas não perderemos a fé. –Ele disse sorrindo
para o garoto.
Elion percebeu que apesar de tudo tomas ainda era uma
criança, ele não o incomodaria com a realidade, ao menos não ainda.
-A investigação ainda está pela metade. –Ele voltou a
falar. –Tudo pode mudar, apesar que uma coisa dita por uma pessoa não bate com
o que a outra diz.
-Compreendo. –Tomas disse. –Mas, essa foi a primeira vez
que ouvir alguém dizer que minha avó foi a um psicólogo.
-É uma possibilidade, mas temos que levar em consideração
que seu avô está doente, mas iremos conversar com seu pai e sua mãe, se eles
confirmarem isso. –Elion parou de falar por um tempo, respirou fundo e disse.
–Se a historia se confirmar, voltaremos à estaca.
-Não tem uma possibilidade dela ter se jogado dentro do
oceano e ter sido devorada pelos peixes? –Victory perguntou.
-Pouco provável. –Elion respondeu. –As pessoas teriam
visto algo. –Ele disse se levantando.
-Tá, mas o que iremos fazer agora? –Ed perguntou.
-Vamos falar com o pai de Tomas, ele deve saber de algo.
-Certo. –Disse o jovem Gomes sem animo.
-Algum problema? –Perguntou o detetive.
-Não. Só que o meu pai não sabe que eu contratei vocês, e
ele sempre foi contra essa minha obsessão de conhecer minha avó, tenho medo de
que ele não nós ajude. –Ele se levantou do sofá e continuou. –Mas não custa
nada tenta, não é mesmo, talvez ele tenha mudado depois do divorcio. –Ele
respirou fundo e disse com voz de desanimo. –A quem estou enganado, estamos
ferrados se dependermos de meu pai.
-Relaxa, deixa que Elion cuida disso. –Alexander falou.
–Eu vi como ele consegui obter coisas das pessoas apenas falando com elas.
-Quando se conversa com alguém, esse algum sempre acaba
falando demais. –Elion disse. –Agora vamos, não temos muito tempo a perder.
Eles saíram da casa e foram diretamente ao escritório do
senhor Alves, sendo guiados pelo jovem Tomas.
VIII
-Pai? –Disse tomas entrando no escritório do senhor Alves.
-Tomas? O que faz aqui? E quem são esses?
Pedro Alves, era alto de pele parda, tinha um porte
atlético e um ar de intelectual, ele estava vestido com roupas sócias, o nó de
sua gravata estava folgada e seu paletó estava sobre a cadeira onde estava sentado, verificando alguns
documentos em seu computador.
-Esse é o detetive Elion, e os outros dois estão o
ajudando...
-Você os contratou? Isso é sobre sua avó, achei que já estivéssemos
conversados sobre isso.
-Sim pai, mas achei que fosse justo eu saber o que
realmente aconteceu com minha avó, se ela está viva eu a quero conhecer, mamãe
já concordou com isso...
-Claro que concordou. –Disse ele o interrompendo. –Sua
mãe é uma imprudente que não pensa nas consequências, ela não achou que você
iria se magoa caso não encontrasse Sara? Claro que não.
Elion se aproximou e disse cortando a fala do senhor
Alves.
-Desculpe-me por me meter, mas creio que se Tomas não me
procurasse agora, me procuraria depois, ou a mim, ou a qualquer outro, o senhor
como pai deveria conhecer seu filho melhor do que ninguém, e saber que ela
deseja mais que tudo conhecer a avó dele, e a mãe dele sabe que nem ela e nem o
senhor serão capazes de ditara essa desejo de dentro dele.
O pai de Tomas respirou fundo e disse.
-Está bem então, o que traz vocês aqui?
-Gostaríamos de saber tudo sobre sua antiga sogra e
principalmente sobre o senhor Gomes.
-Creio que não tenho muito o que falar, eu nunca
conheci Sara, as únicas coisas que seu
sobre ela são as coisas que Arthur e Elizabeth me contaram, que ela era
obcecadas e maníaca, eu assistir a alguns vídeos de família, e sei que ela não
se envolvia muito com as festas de aniversario da filha, sei que ela amava mais
aos livros que a vida social, pelo que me lembro ela fez algumas consultas ao
psicólogo a pedido do marido, já Arthur me falava pouco sobre ela, mas até onde
eu entendi ele a amava, e fico depressivo com o desaparecimento repentino dela,
logo após o nascimento do meu filho, ele começou a falar coisas sem sentido, e
a ficar paranoico, então eu o levei até uma clinica psiquiátrica onde disseram
que ele era esquizofrênico, creio que seja apenas isso o que eu saiba, se
quiserem eu lhe dou o endereço da clinica que cuida dele atualmente, se não me
engano foi um dos médicos de lá que trabalharam com Sara.
-Muito obrigado, será de grande ajuda. –Elion falou logo
após pegar o endereço da clinica.
IX
-Senhor Marcos Araújo, suponho. –O detetive falou
sentando-se em uma das poltronas da sala do psiquiatra.
-Isso esmo, o senhor Alves me informou que vocês viriam.
No que eu posso ajudar?
O psiquiatra era um homem alto, possuía uma cicatriz no
rosto, tinha algumas orelhas, Elion deduziu que ele dedica sua vida a sua
carreira, seu escritório era grande, tinha uma mesa com um computador, havia um
boneco de Freud e prontuários em cima da mesa.
-O senhor é responsável pela saúde d Arthur Gomes, não é
isso?
-Exatamente.
-Como se deu o diagnostico da doença dele?
-Desculpe-me, não entendi.
-Como foi que o senhor diagnosticou a esquizofrenia dele?
-Acho que vocês entenderam errado, eu não o
diagnostiquei, eu cuido do caso dele, outro medico fez isso, aqui. –Ele
entregou alguns papeis ao garoto. –Eu cuido dele atualmente, mas foi outro
medico que o diagnosticou.
Após olhar para a papelada Elion disse.
-E por que ouve essa mudança de médicos?
-Parece que a família de Arthur, não quis continua, pós
não estava obtendo uma melhora da parte do paciente, e não é querendo me gabar,
mas ele já demostrou uma melhora significativa, apesar que esquizofrenia não
tem cura.
-É possível alguém fingir a esquizofrenia? –Elion
perguntou sem arrodeio.
-Não, são feitos alguns exames no paciente, como o senhor
pode ver, está entre as folhas que lhe entreguei.
Elion olhou as folhas novamente, conferindo o que o
medico estava dizendo.
Após um tempo ele disse.
O Senhor já ouviu falar na esposa dele, a senhora Sara
Gomes?
-Mas é claro, ela também foi paciente dessa clinica na
época de meu pai, o senhor Alves também me disse que vocês perguntariam sobre
ela, então eu fui busca o histórico medico dela também. –Marcos falou pegando
mais uma pasta e entregando ao jovem oficia.
Elion a abriu, e após lê em voz alta para que os outros
pudessem ouvir.
-Seu pai disse que ela tinha falta de pessoalidade, o
senhor concorda com isso?
-Por que não concordaria? –O Psiquiatra falou. –De acordo
com meu pai, ela tinha falta de personalidade, e usava o mundo da leitura e dos
filmes para fugir da realidade, mas respondendo a sua perguntar, eu não
concordo com meu pai, pelo o que eu ouvir falar, Sara era uma mulher sonhadora
que não teve apoio da família para realizar seus sonhos, ela traiu o marido, e
fazia as loucuras que fazia, não era por falta de pessoalidade, mas em parte
por causa de algumas consequências de gerado por algum trauma, causado pela
frustação de não poder realizar seus sonhos, por ser obrigada pelo seu pai a
fazer uma universidade da qual não queria.
-Se o marido dela tivesse lhe dado forças, ela seria
diferente.
-Não, não seria, ela se tornou um mau caráter, e ninguém
tiraria os sonhos dela, como eu disse ela era como era, por parte da frustação
de não poder fazer o que queria, mas a outra parte e provavelmente a maior, ela
fazia por prazer, e como acabei de dizer, ela é um mal caráter.
-Compreendo. Obrigado por sua ajuda, por hora é só.
–Disse o detetive se levantando sendo seguindo pelos outros dois.
Ao saírem da clinica Tomas Disse.
-Não posso acreditar no que aquele homem disse sobre
minha avó.
-A verdade é dura, mas é a verdade. –Ed disse. –E acho
que agora esteja claro o fato de seus pais não querer que você procurasse sua
avó, ela seria um mau exemplo para você.
-Tenho que concorda. –Disse Alexander.
Ed e Elion o olharam e disseram em uni som.
-Olha só quem fala.
-Você já olhou a forma como você se veste? –Ed perguntou.
-Isso não vem ao caso agora. –Disse o garoto.
-Ele tem razão. –Disse Elion entrando no Taxi.
-Para onde estamos indo? –Tomas perguntou enquanto
entrava no taxi sendo seguido pelos demais.
-Iremos procurar a única pessoa que conviveu com seus
avós diariamente, e tinha uma mente adulta, para entender as brigas. –Elion
disse abrindo o diário do detetive Tavares. –E de acordo com Anthony ela está
morando em um asilo perto daqui.
Após alguns minutos eles chegaram ao lugar especificado
pelo antigo detetive.
Elion
seguido pelos outros três rapazes desceram do carro e entraram no asilo a
procura da antiga copeirada família GOMES.
-Com licença. –Elion falou para a recepcionista do asilo.
–Meu nome é Elion e sou detetive, gostaria de falar com uma das senhoras que
estão sobre os cuidados de vocês.
-E quem seria ela? –Perguntou a recepcionista.
-Ana Vieira, sessenta e oito anos. –Respondeu o detetive.
A mulher que não aparentava ter mais de trinta o encarou
e disse.
-Desculpe senhor, mas, a senhora Vieira não pode receber
visitas, ela está muito doente e fraca, isso sem contar que ela está aqui a
muito tempo, não sei como ela poderia lhe ajudar.
-Eu irei falar sobre algo que aconteceu no passado dela,
e como todo idoso gosta de contar historias creio que ela não var se importa.
-Desculpe-me senhor, mas não posso permitir, ela anda
muito cansada, e está muito fraca, ela pode morrer a qualquer momento e...
-Esse é mais um motivo para me deixar falar com ela, se
ela morrer, antes de responder minhas perguntas, varias pessoa sofrerão sem
saber a verdade, esse garoto. –Disse ele apontando para o jovem Gomes. –Quer
conhecer a sua avó, ou ao menos saber o que aconteceu com ela, e você não pode
tirar isso dele.
-O que está acontecendo aqui? –Disse uma enfermeira se
aproximando do grupo de jovens.
-Senhora. –Disse a recepcionista. –Esse garoto diz ser
detetive, e ele veio para falar com a senhora Vieira, mas eu informei que ela
anda indisposta e...
-Chega, já é o suficiente. –Disse a senhora que havia
chegado recentemente. –A senhora Vieira de fato anda indisposta. –Disse ela
para o detetive, -Mas faz muito tempo que ela não recebi visitas, creio que
poderiam falar com ela, mas eu irei acompanha-los, ela anda doente e não pode
fazer muito esforço, caso ela não consiga responder a suas perguntas, ou
simplesmente não queira as responder, vocês terão que ir embora, estamos
entendido?
Elion concordou com a cabeça e seguiu a enfermeira junto
com os garotos para um pequeno quarto onde viram uma senhora invalida sobre a
cama.
-Senhora
Ana. –Disse o maior chamando a atenção da senhora. –Meu nome é Elion, e estou
trabalhando no desaparecimento de sua antiga patroa, a senhora Gomes.
-Mas já faz tanto tempo. –Disse uma senhora que mal podia
abri os olhos.
-Faz! Mas o caso foi reaberto, e precisamos de sua ajuda.
-Não tenho o que falar sobre. –Disse ela sem forças.
-Por favor, senhora vieira, peço que reconsidere, temos
fortes motivos para acreditar que ela foi assassinada, e precisamos de sua
ajuda, para saber quem foi, e onde poderia estar o corpo.
-Céus, morta? –Disse ela fazendo esforço para levanta-se.
-Sim, morta. –Afirmou o garoto.
-A senhora é a única funcionaria ainda viva que conheceu
a senhora Gomes, sabemos que ela não tinha um bom caráter, então, por favor,
faça um esforço e nos ajude a resolver esse caso, por favor. –Elion implorava.
A
velha senhora foi ajudada pelas enfermeiras a se levantar, ela estava cansada,
o tempo não foi generosa com ela, e ela estava em seus dias.
-O que você gostaria de saber garoto? –Perguntou ela
baixo.
Elion se aproximou-se e disse.
-Eu peço que a senhora faça um esforço, e nos fale sobre
Sara, seu marido, e todos os funcionários que trabalhavam na casa no momento.
Ela pensou um pouco e disse.
-Não havia muitas pessoas, somente eu, Veronica que
trabalhava na cozinha, Jonas, o motorista e Lucas, um garoto que trabalhava
exclusivamente na biblioteca de sara. –Disse ela com muito esforço. –A é tinha
também Sebastian um homem que ia regulamente trabalhar no jardim, dele eu lembro
era muito bonito e jovem, creio que todos já estejam mortos.
-Por favor, fale-nos sobre cada um, sua patroa tinha
algum tipo de afinidade com algum deles?
-Ela falava muito com o jovem Lucas, ele sempre estava na
biblioteca, e creio que ela conversava com o jardineiro, não lembro muito bem.
-Por favor, faça um esforço, a senhora já ouviu alguma
das conversas que ela teve com algum deles.
-Não, eu sempre mantive distancia. –Dizia ela demostrando
cansaço. –Nunca fui de me meter nos assuntos dos outros.
-Compreendo. –Disse o garoto.
-Mas teve uma vez que eu ouvir algo sem querer.
Disse a velha e cansada senhora Vieira, olhando para o
jovem detetive, ela fazia muito esforço para manter os olhos abertos.
-Uma vez, eu ouvir o garoto Lucas discutindo com ela, ele
dizia que as historias que ela lia para a pequena Elizabeth não era indicado
para a garota.
-Historias? Como assim não eram indicados?
-Sara costumava assustar a garota contando para ela historias
de terror, esse foi o real motivo para que o marido dela começasse as brigas
com ela, Sara não era uma sonhadora como todos dizem que ela é, ela era uma
louca.
-Não, não pode ser. –Disse o jovem Gomes.
-É a verdade meu jovem. –Ela disse olhando para o mais
novo. –Sua avó não era uma boa pessoa, ela era má, costumava humilhar os
funcionários, e os que ela não humilhava, ela manipulava, para obter o que
queria.
-E o que seria isso?
-Luxuria prazer, aventura, como eu já disse ela era uma
louca, que queria viver tudo o que lia nos livros, ela achava que podia tudo,
que estava no controle de tudo.
-Viu, eu disse. –Ed comentou olhando para Elion.
-Cala a boca Ed. –Os outros três falaram em uni som.
-Tá. –Disse ele abaixando a cabeça.
-Sabe. –A senhora Vieira voltou a falar. –Eu acho, não,
eu tenho certeza que ela já levou o Lucas e o jardineiro para a cama, e se de
fato ela não saiu de casa para viver uma aventura, foi um dos dois que cometeu
o assassinato.
-E por quer não o marido dela, já que foi ele quem mais
sofreu com tudo isso? –Alexander perguntou.
Ana começou a a respirar mais forte.
-Acho que é só isso por hoje. –Disse uma das enfermeiras
pedindo que os garotos se retirassem.
Ana fez um sinal com a mão mandando ela parar.
-Não, eles precisam saber. –Ela respirou fundo antes de
responder ao garoto de franja. –Arthur não faria mal a ela, ele era uma boa
pessoa, diferente da esposa, fiquei muito triste ao saber que ele ficou
esquizofrênico, uma pessoa tão boa, que sofreu tanto depois que a esposa o
trocou por outro.
-No dia em que ela desapareceu, a senhora sabe dizer se
ela voltou?
-Não, não voltou, ao menos não que eu tenha visto.
-Onde a senhora estava no dia especifico?
-Eu não lembro ao certo, faz tanto tempo, creio que eu
tenha ido fazer compras. –Ela parou e pensou um pouco. –Não, eu não fui, eu
estava na biblioteca conversando com o garoto, sim estava, estou me lembrado,
foi o ultimo dia de trabalho dele, ele me disse que estava indo embora, sim foi
isso.
Elion olhou para seus amigos, os encarando.
-A uma possibilidade dele... –Disse Tomas com certo
anseio.
-Talvez. –Elion respondeu. –Levaremos isso em
consideração. –Ele olhou para a senhora Vieira antes de prosseguir. –A senhora
lembra o motivo dele ter saído da casa?
-Foi demitido por Sara, ela disse que não havia mais
necessidades dele continuar trabalhado para ela.
-Claro. –Disse Elion abaixando a cabeça. –Sara era
esperta, ele serviria como mais uma distração para a policia não a encontrar.
-Como assim. –Ed perguntou.
-Com John ou sem John, ela planejava sair da casa, e caso
seu plano de usar John como distração para fugi não desse certo ela teria o
garoto como plano B.
-Isso está ficando ainda mais complicado. –Victory falou
com ar de poucas esperanças.
-Demos que continuar a investigação. –Disse Tomas. –Isso
não pode terminar assim.
-Se ela fez tudo isso para não ser encontrada, talvez
nunca a encontraremos. –Elion disse encarado o garoto. –A única maneira de
encontramos seria se seu plano de fuga deu errado e ela foi assassinada, mas se
isso realmente aconteceu, onde estaria o corpo dela, afinal de contas isso foi
a vinte e três anos atrás, alguém já deveria ter encontrado o corpo. –Elion
olhou para a anciã a sua frente e disse. –A não ser que...
Ele ficou em silencio refletindo no que ia falar.
-A não ser que? –Perguntou Ed.
-Que a pessoa que tenha a assassinado fosse tão obsessivo
quanto ela. –Disse tomas.
-Exatamente.
-Ótimo. –Disse Ed. –Então se houver um assassino, esse
alguém complexado quanto a senhora Gomes, isso não para de ficar interessante.
-Senhora vieira, a senhora lembra-se de alguém com a
mesma pessoalidade da senhora Gomes?
Ela olhou para o garoto como se não houvesse entendido a
pergunta.
-Bom. –Disse ela confusa. –Lucas era obcecado por livros,
o Sebastian por flores, mas eu acho que a pessoa que mais se encaixava ao
perfil de Sara era sua amiga Leopoldina, afinal de tontas elas foram amigas há
anos.
X
Após andares, alguns quarteirões pelas ruas de Olinda, os
garotos já estavam exaustos, com toda correria eles esqueceram de comer, mas
não havia tempo para tal coisa.
-É aqui, a casa do Lucas Que madame Vieira falou. –Disse
Victory já tocando o interfone.
-Sim? –Disse uma voz de homem do outro lado.
-Meu nome é Victory Alexander, sou filho do detetive
Anthony Tavares, creio que saiba quem é, e estou aqui com o detetive Elion,
gostaríamos de falar com o senhor, é a respeito de Sara Gomes.
Ouve um longo silencio do outro lado da linha, mas após
esse tempo a porta foi aberta e a voz os mandou entrar.
Após o portão de entrada só havia um pequeno espaço
utilizado como garagem, logo em seguida era a porta da entrada da casa.
Havia um homem de uns quarenta e pouco na porta
esperando.
-No que posso ajuda-los.
-Seu nome é Lucas? –Tomas perguntou.
-Sim, sou e você quem é?
-Meu nome é Tomas Gomes, sou neto de Sara. –Disse o
garoto cumprimentado o homem com um aperto de mão. –Gostaríamos de falar com o
senhor sobre o desaparecimento dela.
-Entrem. –Convidou ele. –Vocês gostariam de comer alguma
coisa?
-Não. –Disse Elion
-Sim. –Falaram os outros três em uni som ao mesmo tempo
que o detetive respondeu.
Elion respirou fundo em desaprovação. E o anfitrião
apenas deu uma leve risada.
-Venham, tem lasanha no forno. –Ele disse levando os
garotos para a cozinha e os servindo, e como anteriormente Elion entregou seu
prato para Ed.
-Eu não como carne. –Disse ele.
-Eu não tenho nada para oferecer... Gosta de abacaxi?
Elion só olhou para o homem e lhe deu um sorriso em
resposta.
Logo após entregar um prato cheio de abacaxi para o jovem
detetive ele disse.
-No que poderia ajuda-los?
-O senhor foi demitido justamente no dia em que Sara
desapareceu. –Disse Elion após engolir uma das rodelas de sua fruta. –Ela teve
um plano te fuga perfeito, e usaria o senhor como distração para a policia,
para dá tempo de se camufla no mundo, sem ser encontrada.
-O pai do garoto aqui. –Disse Luvas citando Victory. –Me
disse a mesma coisa anos atrás.
-O senhor o conheceu? –Elion perguntou surpreso.
-Sim, ele veio aqui anos atrás.
-Estranho, ele sempre manteve suas investigações anotadas
em seu caderno, e seu nome não está aqui. –Ele disse mostrando o caderno de
capa marrom.
-Deixe-me ver. –Lucas falou pegando o caderno. –Aqui,
disse ele mostrando um nome riscado, Freire, ele colocou apenas o meu sobre
nome.
-Mas ele riscava os nomes das pessoas que já morreram.
-E os que ele deixou livre das investigações, ele disse
que eu não tinha motivos para matar a senhora Gomes.
-Compreendo. –Disse o garoto do abacaxi. –Mas o senhor se
impotaria se lhe fizesse algumas perguntas
-Claro que não.
-O senhor chegou até algum caso com a senhora Gomes?
-Sim, eu respondi isso a Anthony.
-Estou vendo aqui, mas não é bem isso que eu queria
ouvir.
-O senhor lembra-se do jardineiro Sebastian?
Lucas deu um leve sorriso e disse.
-Então o você já sabe?
-Já sabe de quer. –Disse Ed começando a comer a segunda
fatia da lasanha.
-De acordo com o que a senhora vieira nos disse, Sara
havia tido um caso com você e provavelmente com o jardineiro, e a única coisa
que eu pude pensar quando ela disse isso foi em um ménage e pelo sorriso que o
senhor deu ao ouvir o nome de Sebastian acho que estava certo.
-Eu era jovem, e tinha alguns desejos, Sara apenas me
proporcionou a realização desses desejos.
-Creio que ela fez bem mais que isso.
Lucas começou a rir.
-Você é bom mesmo garoto. –Ele disse servindo-se de um
copo de refrigerante. –Ela me deu um emprego em sua casa, um emprego do qual eu
não fazia nada além de lê, e estudar para o vestibular, e para ser sincero o
salario era ótimo, e nós ainda tínhamos relações, hoje eu me arrependo disso,
na época eu era jovem, não sabia no que realmente estava me metendo, e acabei
me envolvendo com uma mulher casada.
-Todos somos falhos, o senhor não deveria se culpar.
–Disse Alexander tentando pegar uma das fatias do abacaxi.
Elion o fuzilou com os olhos e lhe mostrou os dentes
colocando parte de seu corpo sobre o prato, como forma de barreira.
-Meu. –Disse ele por fim.
O garoto recuou com certo anseio de ser mordido pelo
maior.
-O senhor sabe onde Sebastian está? –Tomas perguntou.
Lucas olhou para ele e disse.
-Morto. Ele morreu alguns anos depois ao desaparecimento
de Sara, O detetive Tavares, nunca conseguiu interroga-lo.
-Bastante conveniente para ela. –Elion falou mordendo
mais um pedaço de sua fruta.
-Vocês sabem de algo sobre ela. –Lucas perguntou os
encarando.
-Achamos que ela foi assassinada. –Alexander respondeu.
-Mas não temos como confirmar isso, já que depois de
tantos anos nada foi encontrado.
Lucas pensou um pouco e disse.
-Talvez nisso eu posso ajuda-los.
-Como assim? –Elion Perguntou.
Lucas o encarou e disse.
-A mansão da falia Gomes estava passando por reformas no
período em que Sara desapareceu, sabe, a construção de uma piscina e a
plantações de algumas arvores coisa e tal, sem contar que com a troca do
sistema de esgoto e da encanação, o quintal estava todo perfurado, creio que em
um daqueles buracos era possível esconder um cadáver.
-Isso quer dizer que... –Tomas disse com uma expressão
horrível.
-Que talvez haja um cadáver debaixo daquele jardim.
–Elion disse levantando-se e levando consigo o prato com o resto de abacaxi.
XI
-Senhora, Gomes, temos que conversar. –Elion disse
entrando no escritório de Elisabeth.
Assim que eles saíram da casa do senhor Freire os rapazes
foram diretamente para a mansão da família Gomes, a procura de Elizabeth.
-No que posso ajuda-lo senhor. –Respondeu ela o encarando
e aos demais ali presentes.
-Achamos que sua mãe foi assassinada a vinte três anos, e
se estivermos certos, o corpo dela estará em algum lugar abaixo de seu jardim.
-Mas isso é impossível. –Respondeu ela.
-Não, não, é a senhora era criança na época e não deve se
lembrar, mas a casa estava passando por reformas na época, nós descobrimos que
sua mãe tinha de fato um amante, mas ela nunca chegou a fugi com ele, havia
varias pessoas que sua mãe causou o mau, então começamos a acreditar que ela
havia sido assassinada, mas achávamos isso pouco provável, já que o corpo nunca
foi encontrado, então devido o depoimento de um dos antigos funcionários desta
casa, soubemos que a mesma estava em reforma na época, então tudo leva acre que
ela foi assassinada e enterrada aqui, neste jardim.
-Mas quem poderia ter feito isso.
-Temos nossas desconfianças, mas iremos averigua isso
assim que encontramos o que restou do cadáver de sua mãe.
Elizabeth passou as mãos sobre o rosto e disse.
-O senhor acha que meu pai fez isso?
Eles ficaram em silencio.
-Ele amava minha mãe, ele não era capas de fazer isso.
-Senhora, achamos que ele não é esquizofrênico, que a
doença é apenas uma desculpa para esconder o que ele fez no passado.
-Isso não é possível, eu a acompanhei junto com o meu
ex-marido ao psiquiatra, não tem como ele ter enganado a dois profissionais da
saúde.
-Nós também não sabemos como ele fez isso, mas é uma
possibilidade que não iremos descartar. Tudo a essa altura do campeonato é
possível.
Dois olhos olhavam os garotos conversando com a senhor
Gomes.
Arthur começou a se afastar da porta do escritório, os
sons de seus passos começaram a ser abafados pelo barulho da tempestade, a
noite havia chegado, e o céu estava fechando, uma forte tempestade estava por
vir, mas não era apenas a tempestade lá fora que estava incomodando aquele
senhor, era algo mais antigo, uma tempestade de lembranças por assim dizer.
-Demônios, são todos uns demônios, mandados do inferno
apenas para me atormenta com o passado.
Elizabeth ouviu dota explicação dada por Elion e disse em
seguida.
-E como o senhor pretende procurar, pelos ossos de minha
mãe?
-Já está tarde, iremos vim pela manhã, eu irei trazer
algumas pessoas com equipamentos.
-Compreendo.
-Victory, você gostaria de ficar em minha casa por hoje à
noite, assim evitaríamos perda de tempo, e estaremos aqui logo cedo.
OK. –Respondeu o menino de franja.
Algumas horas se passaram, a tempestade apenas ficava
mais forte, os ventos chicoteavam as ruas de Recife, os relâmpagos estavam
praticamente transformando a noite em dia.
A mansão da família Gomes estava praticamente vazia, a
casa estava sendo dominada pelas sobras da noite.
-Demônio, demônio, demônio. –A vos de Arthur ressuava em
seu quarto vazio. –Malditos demônios.
A tempestade continuava forte do lado de fora.
-Eles não deveriam ter remexido no passado, não deveriam
– Dizia ele consigo mesmo.
Arthur não estava bem, algo o atormentava, uma sobra do
passado o seguia o desseguia.
O barulho dos trovoes ressoava pela casa, e em um breve
momento, um segundo som se misturou ao dá tempestade.
O telefone celular de Elion tocou, o despertando.
-Hmmmmm, abacaxi? –Dizia ele levantando-se e atendendo ao
telefone. –Alô. –Disse ele.
-Senhor Elion, sou eu Tomas. –O garoto disse atormentado.
–O senhor tem que vim imediatamente, meu avó, ele, ele.
-Tomas, por favor, se acalme, o que aconteceu com seu
avó?
-Ele se matou.
Os olhos de Elion pararam no tempo, semelhantes aos olhos
de vidro de uma boneca, ele ficou olhando para o nada.
-Então, de fato foi ele.
-Por favor, venha imediatamente.
-Estou indo.
Ele desligou o telefone começando a se vestir. A medida em
que ele colocava suas roupas, ele gritava chamando por, Ed e Alexander.
-Acordem. –Gritava ele saído de seu quarto batendo nas
portas.
-O que foi que aconteceu? Ed disse saindo do quarto
vestido com as mesmas roupas de mais cedo.
-Você estava acordado? Não se trocou?
-Estava assistindo um filme de comedia em seu notebook,
ia tomar um banho e dormir logo em seguida eu juro. –Disse ele olhando Elion de
olhos serrados.
-Tá, Alexander, acorda.
-Já estou pronto.
Ele estava sem a maquilagem preta e sinceramente, as
roupas de Ed caíram bem nele.
-O que aconteceu? –Perguntou o garoto.
-Temos que voltar para a mansão Gomes, o dono dela acabou
de cometer suicídio.
-E aonde iremos consegui um taxi há essa hora. –Ele
perguntou.
-Tenho que me lembra de tirar minha carteira, vamos eu
tenho um amigo que nos levará até lá.
Um taxista levou os três até a mansão onde já havia
alguns carros de policia.
-Ainda bem que o senhor chegou. –Tomas disse eufórico.
–Entrem.
-O que realmente aconteceu? –Perguntou o detetive.
-A enfermeira saiu para pegar um livro na biblioteca,
para ler durante a noite, e quando voltou a porta do quarto dele estava
trancada por dentro
Elion apenas ouvia atentamente aos detalhes ditos por
Tomas.
-Tai ela ficou desesperada e chamou minha mãe, ela deu
ordem para que arrombassem a porta.
Eles subiram dobraram o corredor indo em direção ao
quarto de Arthur.
-E eles o encontraram morto, ele pegou um antigo revolver
que pertencia a ele quando mais moço, e cometeu suicídio.
Eles entraram no quarto e o corpo ainda estava jazendo
sobre a cama, havia alguns policias lá.
Elion olhou para um deles e disse.
-Relatório completo do que aconteceu.
-Senhor. –Disse ele para o detetive. –Não tenho ordens
para...
-Tudo bem. –Disse o delegado se aproximando.
-Gustavo? –Elion falou sem entender.
-A anos atrás meu pai foi responsável por um caso nesta
casa e agora aparentemente eu encerrarei
ele. –O delegado encarou o medico legista e disse.
-Conte o que o senhor nos disse.
Um homem magro e alto começou a falar apontado para o
ferimento na cabeça do senhor Gomes.
-Aparentemente ele se deitou em sua cama, e com a arma
colocada em sua cabeça, ele efetuou um disparo, não há o que falar.
-E a chave da porta do quarto?
-No bolso do roupão dele. –Respondeu o delegado.
-E a enfermeira, onde está?
-Na cozinha com alguns de meus homens.
Elion foi imediatamente para lá sendo seguido pelos
outros três.
-Senhora Sá. –Disse ele.
Uma mulher em soque o encarou, Gabriela de Sá estava
exausta, e pelo inchaço em seus olhos ela havia chorado bastante.
-Sim. –Respondeu ela com voz cansada.
-Teria um minuto por favor. –Ele disse, fazendo que os
oficiais a deixasse a sós com ele e os demais garotos.
-No que posso lhe ajudar? –Perguntou ela quando os
policias saíram.
-A senhora notou alguma diferença no comportamento de
Arthur logo após eu telo interroga-lo?
-Não senhor, ele teve uma recaída bem depois, creio que
no inicio da noite.
-E o que ele fez ou disse?
Nada de mais, somente o de sempre falava sobre os demônios
e sobre o maldito gato.
Elion olhou nos olhos da enfermeira e disse.
-Que horas foi exatamente isso?
-Logo após ele ter voltado para o quarto.
-Como assim?
-Normalmente, quando ele está se sentindo bem, eu o deixo
dá uma volta pela casa.
-E a senhora não o acompanha?
-No começo sim, mas ele só ia a biblioteca e andava pelo
térreo, e como eu vir que ele se sentia melhor sozinho eu parei de
acompanha-lo, ai quando ele se sentia cansado voltava para o quarto.
-Você disse que ele anda por todo o térreo e que ficou
agitado no inicio da noite? Foi isso?
-Sim, por quê?
-Elion. –Disse Alexander. –Você acha que ele ouviu nossa
conversa no escritório.
-Tuto indica que sim. –Respondeu ele
Elion pensou um pouco e disse se levantado.
-Espera, o gato.
-Oi. –Disse Ed. – Que gato?
-O gato que atormentava o senhor Gomes, a casa em
reforma, acho que sei o que aconteceu com Sara.
Elion saiu correndo para as escadas e subiu para o
terceiro andar, indo em direção a biblioteca, os outros foram atrás dele mas
quando o acompanharam ele já estava voltando com dois livros em mãos.
-Por que dos livros? –Perguntou Ed.
-Você logo saberá meu caro. –Elion respondeu correndo de
volta para o térreo.
Foi até onde o delegado estava e disse-lhe.
-Venha comigo. –Ele olhou para o garoto Gomes e disse.
–Tomas, você poderia me consegui uma marreta, ou algo do tipo?
-Sim. –Disse ele. –Creio que tem uma no porão.
-Ótimo, vamos até lá então. –Disse ele indo em direção a
entrada do porão.
Ao chegar ele pegou uma marreta e começou a bater na
parede.
-O que você acha que está fazendo Elion.
-Cala a boca Ed e observa.
Algumas batidas depois um som oco ressoou pelo porão.
-Meus caros, eu estou dando um encerramento final ao caso
Sara Gomes.
Com um sorriso no rosto Alexander disse.
-Algo me diz que isso vai ficar interessante.
-Sara pretendia fugi de fato com John, e logo após o
deixa e vim pegar o restante de suas coisas, foi assassinada e colocada nesse
porão para apodrecer.
Todos os olhos ali presentes estavam vidrados no rosto do
detetive Elion.
-Sara queria fazer de sua vida um conto de fadas, ou
simplesmente viver como um personagem de seus livros, e no fim ela acabou
vivendo.
Elion virou a capa de um dos livros e prosseguiu.
-Contos de Imaginação e Mistério de Edgar Allan Poe, um
verdadeiro clássico norte americano e uma das historias desse livro de Edgar, é
O Gato Preto, e era isso o que Arthur dizia todo o tempo, a culpa de ter
colocado sua esposa por trás do reboco da parede o estava consumindo.
Com o alísio da marreta Elion começou a destruir a parede
do porão, fazendo um buraco enorme, à medida que o buraco era feito, algo
dentro da parede era revelado.
Após algum tempo e com a ajuda de alguns oficias, os
restos mortas de sara haviam sidos retirados da parede.
-Quando Lucas me falou da reforma que a casa teve no dia
do desaparecimento de sara Gomes. –Elion começou a falar logo após retirarem os
ossos da parede. –Eu tinha plena convicção de que ela havia sido assassinada e
enterrada pelo marido, mas quando eu soube a forma como o corpo foi encontrado,
eu tive a certeza que Arthur foi o responsável por esconder o cadáver de sua
esposa, mas não foi ele quem a matou.
-Como? –Disse Alexander.
-O casal Gomes estava discutindo há certo tempo, e o
casamento deles estavam ameaçados, e alguém estava sofrendo com isso, a pequena
Elizabeth.
Os olhos da senhora Gomes ficaram perdidos no nada.
-A senhora Ana Vieira, nos disse que já viu Lucas
discutindo com Sara, em relações as historias que a mesma contava para sua filha
e quatorze anos de idade.
Elion começou a andar de um lado para o outro.
-E uma dessas histórias seria o Gato Preto? –Gustavo
disse após um tempo.
-Exatamente meu caro, O Gato Preto.
-Mas por que ele não contou a policia na época? Afinal a
filha dele era menor de idade e eles eram ricos, ela não iria ser presa. –Falou
um dos policias.
-Por Vergonha. –Disse Elion.
-Vergonha? –Alexander disse sem entender.
-No fundo ele sabia que o responsável pela morte de sua
esposa, afinal de contas se seu casamento fosse perfeito, nada disso teria
acontecido.
-E como uma criança de quatorze anos poderia ter matado
uma mulher adulta? –Gostava perguntou.
Elion respirou fundo e disse.
-Da mesma forma que na historia contada por Sara a sua
filha.
-Não entendi. –Disse o delegado.
-Claro que não entendeu, até eu levei um tempo para
compreender. –O jovem detetive encarou Elizabeth antes de prosseguir. –Sara
voltou para essa casa para buscar algumas coisas e para pegar sua filha,
Elizabeth não queria deixa seu pai e não teve escolha, em sua cabeça de criança
era normal fazer isso, os sua mãe lhe disse que era, então quando a senhora
Gomes fazia as balas de sua filha, ela pegou um machado e meteu na cabeça de
sua mãe, tal como a historia de Edgar, onde o marido sem querer ao tentar mata
o gato, matou a esposa.
Todos ali presentes prestava atentamente atenção a
historia do garoto.
-Arthur chegou logo em seguida a morte de sua esposa.
–Continuou ele. –E ao ver o que suas atitudes e de Sara tornaram sua filha, ele
não penso em nada além de esconder o cadáver de Sara, e como sua casa estava em
reforma ele levou o corpo até seu porão e o colocou dentro da parede, puxando o
reboco logo em seguida.
-E como você deduziu isso? –Gustavo perguntou.
-Vamos com calma meu caro. –Disse Elion. –Daqui a pouco
eu chego nessa parte, onde eu estava? Aaaaa... Lembrei, Os anos foram se
passando, e a culpa foi tomando conta de Arthur. E após um tempo ele começou a
ameaça sua filha dizendo que não suportaria mais e que iria se entregar a policia,
então, Elizabeth não viu outra saída a não ser droga-lo, e conseguir enxames
falsos, e receitas medicas para compra remédios para esquizofrenia, fazendo com
que seu pai continuasse drogado, mas quando o
psiquiatra se recusou a continuar se vendendo para ela, simplesmente ela
só pegou os falsos exames e levou seu pai para outro médico, que de ante a uma
advogada famosa em Pernambuco e no Brasil, apenas recebeu seu pai de braços
abertos e continuou passando as mesmas receitas com os mesmos medicamentos.
-Isso é verdade mamãe? –Tomas perguntou, porem sua mãe
não fez nada além de ficar e silêncio.
-Hoje quando a gente estava em seu escritório. –Continuou
o detetive. –Estávamos todos de frente para ela e ela nos encarava, e nos ouvia
atentamente, mas seu pai também nos ouvia, e ela viu que ele nos observava pela
porta semiaberta.
Tomas caminhou em silêncio para a direção onde o detetive
estava e pegou o segundo livro que estava em sua mão.
Seus olhos se arregalaram e ao devolvê-lo ao detetive
serrou os dentes e foi em direção a sua mãe a esbofeteando em seguida, os
oficias, correram para segurar o garoto, mas o estrago já havia sido feito, e o
rosto de Elizabeth estava vermelhos com a marca dos dedos de seu filho.
-Como
você pode fazer isso sua desgraçada. –Ele gritava para sua mãe.
O
rosto de Elizabeth estava imóvel, ela não móvel um único musculo.
Elion
apenas sorriu diante toda aquela cena.
-Ao
ver que seu pai estava ouvindo a conversa, uma ideia lhe veio a cabeça, o fazer
levar a culpa de tudo sozinho, e como ela sabia que o corpo de sua mãe não
estava no jardim, sua vitória estaria feitar, então quando a casa ficou vazia,
e a tempestade não deixou a enfermeira dormir, ela apenas teria que esperar ela
sair de perto de seu pai, e quando isso aconteceu, ela foi até o quarto dele e
o tomando vantagem do barulho dos trovões ela matou Arthur de uma forma que
parecesse que ele havia cometido suicídio, então ela colocou a chave da porta
do quarto dele no bolso do roupão que ele estava a vestir, e em seguida fechou
a porta com uma chave reserva que ela possuía.
-Você
tem como provar isso? –Gustavo perguntou.
-Mas
é claro. –Ele disse mostrando a capa do segundo livro.
O
único que percebeu além de Tomas foi Alexander.
-Semelhante
a sua mãe, Elizabeth era um mostro sem pessoalidade, onde vivia por traz de um
livro, e por medo que seu filho descobrisse a verdade, ela o proibia de ler, ou
viver seu solho como escritor, isso sem contar que ela temia que ele se
tornasse um mostro feito ela. –Ouve uma leva pausa. –Mas acho que isso não
interessa, o que interessa é como ela
matou seu pai, enfim, foi da mesma forma que a sua mãe, a única diferença estar
nos livros.
Gustavo
pegou o livro que Elion estava segurando e leu o titulo em voz alta, tentando
entender.
-Cai
o Pano de Agatha Christie.
-Ela
usou a historia de uma das melhores escritoras da historia para matar seu amado
pai, irônico, não? –Disse Elion.
-Isso
é verdade Elizabeth Gomes?
Com
antes, ela não disse nada, apenas ficou de cabeça baixa.
Elion
a encarou e a viu mexendo em seu bolso.
-Ela
está com uma seringa nas mãos, é veneno.
A
mãe do jovem Tomas retirou uma seringa cheia de veneno de seu bolço e ia
injetar em seu braço.
Alexander
se se aproximou dela, e a chutou com toda força no estomago, a fazendo cair.
-Hoje
não. –Disse ele.
-A
algeme. –Disse Gustavo.
-A
morte para você seria fácil, Elisabeth. –Elion disse se aproximando dela. –Você
vai passar um bom tempo na cadeia, mas mesmo assim, obrigado, obrigado por ter
confessado, afinal de contas eu não tinha reais provas para lhe incriminar,
seria minha palavra contra a sua, e eu só tinha dois livros a meu favor. Você é
tão burra a ponto de mata seu próprio pai, e a ponto de tentar se matar e
conversar assim seus crimes.
-Seu
desgraçado. –Disse ela por fim, fazendo o garoto rir.
-Eu
não sou desgraçado. –disse ele. –Sou um gênio.
XII
Seis
semanas depois.
-Você
vai mesmo para o exterior? –Ed perguntou.
-Sim.
–Tomas respondeu. –Meu pai recebeu uma ótima proposta de emprego, e na França
terei ótimas oportunidades para me especializar e me tornar um grande escritor
algum dia.
-Fico
feliz por você. –Disse Elion. –Espero que consiga.
-Obrigado.
–Disse o garoto. –Mas e vocês, eu soube que iram viajar?
-Estou
saindo de férias e vou arrastar Ed comigo. –Disse o maior.
-Não
mesmo. –O mais velho respondeu. –Você sabe que eu odeio viajar.
Elion
apenas sorriu, afinal de contas o outro garoto não teria escolhas.
-Vocês
não vão viajar sem antes cumprir o combinado. –Victory disse se
aproximando e sentando ao lado de Tomas a frente de Ed, em uma mesa de
lanchonete.
-Você
tem certeza de que é realmente vingança que você quer? –Elion perguntou.
-Tenho.
–Respondeu o garoto. –Em alguns dias estarei fazendo 18 anos, e vou atrás do
desgraçado que matou o meu pai, me custe o que custar.
Elion
olhou nos olhos do garoto e viu que não teria jeito de fazê-lo voltar atrás.
-Aqui.
–Elion disse lhe entregando uma folha de papel. –Ai está tudo o que você
precisa saber sobre o assassino, mas uma coisa ele está no Japão.
Alexander
apenas sorriu e se levantou. Sua vida estava perto de ter um sentido.
-Ele
vai morrer, não vai? –Tomas perguntou.
-Vai.
–Respondeu Elion. –Ele está ferrado.
J. Aeff
Nossa que prazer inenaravel poder ler novamente essa história, sem duvidas a minha preferida
ResponderExcluirrsrs :3
Excluirfico feliz q tenha gostado, e muito obrigado por está sempre lendo minhas histórias,irei lembrar disso, para sempre rs
Mais o que????!!!! Caraaaaaaaaaaaaa que história! Uau viajei!
ResponderExcluirNo começo desconfie da filha de Sara Gomes,mas fui me perdendo com Lucas e Artuh,isso foi incrivél! Parabéns Jay...nem tenho o que falar. Elion é um g~enio mesmo como disse ele, ele é muito sínico kkk
Kkkkkkk, fico feliz q tenha gostado, continue lendo e se surpreendendo, e nunca se esqueça, somos todos de cristais.
ExcluirGênio*
ResponderExcluirElion, para sempre um gênio.
ExcluirMuito incrível essa história,parecia um caso impossível,mas não há nada que Elion não possa resolver!
ResponderExcluirFico feliz q tenha gostado, venho me esforçando cade vez mais para agradar a vocês, meus leitores fieis. S2
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