I
Ed estava sentado no banco de uma lanchonete, à sua
frente havia um sanduiche mal tocado, e um copo de suco ainda não tomado, o
jovem estava distraído olhando para o celular quando alguém sentou no banco a
sua frente.
-Iae Zé Ruela. O que você está fazendo aqui? –Disse a
pessoa.
O garoto a encarou e disse surpreso.
-Natallie?
-Quem é viva sempre aparece, o que você está fazendo aqui
mesmo?
-Comendo e usando o wi-fi do estabelecimento.
-Meu Deus, gente pobre é a gota, mas você ainda não me
respondeu.
-Estou de férias, vim com um amigo, ele teve que se
ausentar, mas e você? Pensei que estivesse em Bruxelas.
-E estava. Uns meses atrás. –Ela disse pegando a bebida
do garoto.
-Sabe, se você quiser um suco era só pedir, e não chegar
e beber o meu.
-Eu estou sozinha na cidade. –Ela disse o ignorando. –Tá a
fim de ficar comigo, eu só vou resolver umas coisas e depois cair na noite, se
estiver a fim.
-Não sou muito fã de festas, mas dependendo dos assuntos
que você tem para resolver, posso ir com você, não tenho nada melhor pra fazer.
-Ótimo, você me paga alguns anéis de cebola ai a gente
vai.
O garoto semicerrou os olhos e disse.
-Como assim eu pago?
-Eu sou uma dama, você um cavalheiro, é mais que sua
obrigação pagar a conta, agora cala a boca e come teu lance calado.
II
-Para onde estamos indo? –Ed perguntou.
-Para uma casa de penhores, deixei uma coisa lá há um
certo tempo, está mas do que na hora de buscá-lo.
Após um tempo Natallie abriu a porta de um
estabelecimento fazendo um pequeno sino tocar.
-No que posso ajudá-los? –Disse um senhor levantando a
cabeça. –Senhorita Swan. –Ele falou nervoso ao ver de quem se tratava.
-Olá senhor Poe, fico feliz que se lembre de mim, vim
buscar o que deixei há certo tempo aqui.
O senhor recuou para trás apoiando-se em sua bengala.
-O senhor está nervoso. –A garota desse serrando os
olhos. –O que está escondendo.
-O-o seu carimbo, f-foi r-roubado. –Ele disse gaguejando.
Swan olhou séria para ele e avançou segurando-o por seu
colarinho.
-Como assim foi roubado?! Eu lembro quando você disse que
sua loja era o lugar mais seguro do estado, como ousas dizer que fui roubada?!
-Natallie, solte ele. –Ed disse serio falando com a
garota.
-Não se meta, Zé Ruela! –Ela disse furiosa.
Ed aproximou-se da garota e disse com a voz mais alta.
-Já mandei você soltar ele, se o que foi roubado é tão
valioso para você, por que deixou em uma casa de penhores, você deveria ter
ficado com essa coisa, não? Agora larga ele.
Swan encarou o rapaz e disse soltando o dono do
estabelecimento.
-Eu estava sendo perseguida, e precisava de dinheiro,
aqui era o melhor lugar para esconder meu carimbo.
-Desculpe desapontá-la, senhorita Swan. –Disse o senhor
Poe.
A garota olhou para o senhor e disse.
-Você ao menos sabe quem o levou?
-Desculpe-me senhorita, mas em um momento ele estava
aqui, e de repente desapareceu.
A jovem suspirou e disse andando para a saída.
-Vamos Zé, não temos nada para fazer aqui.
Ao saírem na rua, Ed perguntou.
-O que exatamente você deixou aqui?
-Um objeto antigo, uma espécie de carimbo pirata, mas não
era o objeto em especifico que é importante e sim o que tem dentro dele.
-E o que seria?
-Você pergunta demais. –Disse ela, encerrando a conversa.
Pouco tempo depois eles entraram em um táxi, minutos se
passaram e um terrível silêncio estava tomando conta do ambiente.
-Para onde estamos indo? Se é que posso saber. –Ed falou
quebrando o silêncio.
-Rever um velho amigo, creio que você o conhece, um
artista chamado Guilherme Hou.
-O com fama internacional?
-Ele mesmo.
Após um tempo o taxista parou o carro em frente a uma
grande muralha, aquela provavelmente era uma das mais antigas construções de
todo o estado de Washington.
Ao aproximarem do portão, o mesmo se abriu.
-Ótimo. –Disse Natallie. –Ele sabe que estamos aqui.
Os dois atravessaram o portão de entrada, dando de cara
com um vasto jardim, que ao fundo mais lembrava um bosque, eles começaram a
cruzar aquela imensidão, quando algo se aproximou deles.
-Natallie? –Disse Ed.
-Sim? Respondeu ela.
-Me diga que isso são Huskys siberianos.
Swan olhou para a matinha que se aproximava deles.
-Não. –Disse ela. –São lobos, por quê?
-Meu Deus, você ainda pergunta?
-Fica calmo Zé Ruela, eles são inofensivos, só tenta não
encarar muito.
Swan tomou a frente, ela já estava ficando impaciente,
começou a andar um pouco mais rápida, ao chegar próximo a casa, ela avistou um
garoto tomando café da manhã na varanda daquela mansão e um homem alto e
musculoso em pé.
-Swan? –Disse o garoto. –Que supressa, nunca pensei que
você viria até minha casa, por favor, sente-se com seu amigo e me acompanhe no
café.
-Agradeço a cortesia, Gui, mas vim falar com seu pai.
Gui olhou para a garota com um enorme sorriso.
Guilherme era um jovem extremamente belo, sua pele era
clara, seus olhos de um tom mel, seu cabelo continha uma franja bem aparada por
sinal, e era de uma cor clara, usava roupas brancas, que fazia com que sua pele
parecesse mais clara do que já era, aparentava ter entre 19 a 20 anos de idade.
-E o que você quer falar com ele? –Gui perguntou.
-Espera. –Disse Ed. –Eu... eu já vi uma foto sua. –Ed
falou pegando o celular para verificar algo. –Guilherme J. Hou, filho de
Guilherme Hou, você é membro da ordem e amigo de Elion, estou certo?
O jovem olhou para seu visitante e disse.
-Você conhece o jovem Elion? Ouuu... –Ele disse
levantando. –Você deve ser Ed. –Gui foi até o mais velho e o abraçou. –É uma
honra conhecer o famoso Ed Alves.
Natallie ficou horrorizada com aquela cena e olhou para o
garoto com cara de nojo.
-Cara, isso tão aannn... –Disse ela. –Como assim é uma
honra? Você sabe que ele é apenas um Zé Ruela, não sabe?
-Swan. –Gui falou. –Amigo de um amigo meu, também é meu
amigo. –Ele olhou a olhar para seu visitante e disse. –Por favor, sente-se,
coma comigo meu jovem.
Guilherme voltou a tomar seu café ignorando a senhorita
Swan por completo.
Natallie revirou os olhos e entrou na mansão.
Ao terminar seu café acompanhado por Ed, o jovem Gui
junto com seu visitante e seu guarda-costas entraram na casa, encontrando a
senhorita Swan sentada no sofá da sala de visitas.
Antes de chegar a senhorita Swan, Ed disse.
-Gui, esse quadro não foi feito pelo seu pai, estou
certo?
Guilherme parou de andar e disse olhando para onde o
outro estava apontando.
-Não, esse foi um presente, foi feito por Adam, meu
guarda-costas, você conhece bem as obras de meu pai não, para nota detalhes
simples.
-Seu pai era bom no que faz, ele merece a fama que tem.
-Ele olhou para Adam e disse. –Você também é muito bom, se continuar assim irá
longe.
Adam sorriu e disse.
-Obrigado, senhor, mas não é nada profissional, desenho
apenas como passatempo.
Eles voltaram a andar indo em direção à outra jovem
sentada, quando Ed sorriu ao ver um
coração tatuado na nuca de Adam.
-Onde seu pai está Gui? Preciso falar com ele. –Natallie
falou sem esperar os demais sentarem.
-Não irei lhe falar até você me contar o que quer com ele.
–Respondeu o jovem Hou.
-Eu quero que ele me faça algo, apenas isso. –Respondeu a
jovem.
-E exatamente o que você quer que ele faça?
Natallie o encarou com cara de poucos amigos, ela não lhe
devia satisfação, na verdade ela odiava aquele garoto, ele era a encarnação do
que ela mais odiava. Gui era o tipo de garoto doce e meigo, extremamente
gentil, com seus amigos e com as pessoas com quem ele ia com a cara, mas com os
demais, ele era esnobe, se achava superior, e sinceramente, ele nunca foi com a
cara de Swan, justo pela ocasião, já que Swan nunca foi com a cara dele.
-Eu quero que ele me faça algo cortante, uma adaga com um
símbolo específico. Quero que ele me faça uma lâmina com o desenho de dois
peixes entalhados nelas.
-Yin Yang? Interessante. –Gui falou. –Provavelmente meu
pai ficaria feliz em ajudar um membro da Cúpula.
Natallie o encarou e disse.
-Como assim, ficaria?
Gui a encarou e disse olhando nos olhos da garota.
-Meu pai foi assassinado há algumas semanas.
Os olhos de garoto vidraram com as palavras do jovem
anfitrião.
-Como? –Disse Ed. –Impossível! Com todo respeito Gui, mas
a mídia falaria se algo do gênero acontecesse.
-Meu pai foi assassinado em sua última exposição, foi um
tiro certeiro na cabeça, a mídia não ficou ciente do ocorrido, por que a
exposição foi um evento particular, só havia convidados e todos eles eram pessoas
digamos que multimilionárias, seria um verdadeiro escândalo, eu optei em ficar
em silêncio, como eu tenho o mesmo nome que meu pai, e as mesmas habilidades,
pensei em assumir os negócios em alguns anos, e para a mídia e o mundo, meu pai
estaria sumido, como um jogo de marketing.
Natallie suspirou fundo e disse.
-Odeio falar isso, mas irei precisar de sua ajuda.
Gui sorriu e disse.
-você quer que eu faça sua adaga, certo?
-Apenas a sua descendência pode forjar algo do gênero,
não estaria lhe pedindo se não fosse necessário.
Com um sorriso mais largo que o anterior ele disse.
-Eu adoraria ajudá-la, Senhorita Swan, mas infelizmente
minha resposta é não, como eu disse antes, o nome Hou iria sumir, para
ressurgir tempos depois, eu tenho menos de vinte e um anos, não posso forjar
nada do gênero, como você disse apenas minha geração pode fazer o que você pede,
eu sou o único vivo, mas como manda a tradição, preciso me tornar adulto, para
fazer o que me pedes.
Natallie se levantou e disse andando para a saída.
-Vamos Zé Ruela, não temos mais nada para fazer aqui.
Ed olhou para seu anfitrião com um meio sorriso e
levantou-se.
Gui abaixou a cabeça e disse logo após suspirar fundo.
-Esperem, antes de ser assassinado, meu pai forjou uma
coleção de espadas, e uma delas continha os peixes do Yin Yang.
Swan olhou para trás e disse.
-Por que está me contando isso agora.
-Não estou falando por você. –Disse ele. –E sim por ele,
o jovem Alves.
-Que seja. –Swan falou seco. –E onde está essa espada?
-Natallie Swan, eu conheço bem sua reputação, e como você
sempre diz, tudo na vida vem com um preço.
-E o que você quer?
-Descubra quem matou o meu pai, e eu lhe digo onde a
espada está.
Natallie deu um leve sorriso e disse.
-E por onde devo começar? Suponho que tenha verificado
alguma coisa, esse tempo.
-Allan Jeferson, ele é um playboy metido a besta, ele
discutiu com meu pai, pouco antes de sua exposição, meu pai recusou-se a lhe
vender uma estatueta de Equidna, e após essa discussão, ele foi proibido por
meu pai de ir ao evento de artes, só que ao verificar as câmeras de segurança,
vi que ele estava do lado de fora e alguns seguranças me informaram depois que
o mesmo tentou entrar, foi embora pouco tempo antes do assassinato, só que de
acordo com as câmeras o carro dele só saiu do estacionamento cerca de meia hora
após o ocorrido, ele é o único de quem suspeito.
-Ótimo, Ed, vamos logo, quero acabar com esse caso o mais
rápido possível.
III
-O que um riquinho faz em um lugar como esse? –Ed
questionou-se.
Ele e Natallie estavam dentro de um carro emprestado por
Gui em frente a um Hospital para crianças com câncer, o lugar era bem próximo
de onde ocorreu a amostra de arte.
-Não sei, mas é o que iremos descobrir a gora. –Natallie
disse saindo do carro.
Eles entraram no hospital e Ed disse para uma
recepcionista.
-Com licença, o Senhor Allan Jeferson...
-Vocês são as pessoas que ele pediu para vir, certo? –Ela
disse sem deixar o garoto terminar.
-An... sim, claro,
onde ele está?
-Primeiro andar. Creio que ele esteja com a senhorita
Marshall, podem pegar o elevador, terceira sala à direita.
-Essa foi fácil. –Ed disse assim que saiu de perto da
recepção.
-Até que você não é tão inútil Zé.
Ed apenas sorriu, aquilo vindo se sua companheira era um
elogio e tanto.
Ao chegarem à sala indicada pela recepcionista, eles
viram um casal pintados de palhaço, brincando com várias crianças, que
aparentemente tinham algum tipo de câncer.
-Senhor Jeferson? –Swan falou, fazendo o homem com a face
pintada olhasse para ela,
-Sim? –Disse ele.
-Meu nome é Natallie Swan e esse é. –A garota olhou para
o outro antes de falar. –Bom acho que isso não importa. –Disse por fim. –Somos
responsáveis pelo ocorrido com o senhor Hou.
Ed disse olhando entre ele e
as crianças que agora a encarava.
-O senhor teria um minutinho? Por favor.
Allan e a mulher que estava com ele acompanharam os
outros dois até um pequeno refeitório ali perto.
-No que posso ajudá-los? –Disse Allan.
-O senhor é suspeito de assassinar o renomado artista
Guilherme Hou.
-Isso é loucura. –A jovem mulher que o acompanhava disse
interrompendo Swan.
Natallie ignorou o que ela disse e prosseguiu.
-O senhor discutiu com ele dias antes de seu assassinato,
e as câmeras de segurança o flagrou tentando entra no evento.
-De fato eu discuti com ele, mas jamais cometeria tal
atrocidade, eu tentei entrar no evento sim, porque queria dá um lance em uma de
suas obras.
-A estatueta de Equidna, suponho.
-Exatamente. –Disse ele. –Eu fui apenas pela estatueta,
mas como fui barrado na entrada, vim até o hospital a pé para pensar, voltei
alguns minutos depois, foi quando soube do incidente.
-Por que você queria compra essa obra?
-Creio que a culpa é minha. –Disse a jovem Marshall. –Eu
sou estudante do curso de história, e sou fascinada pela mitologia grega, a
estatueta de Equidna seria um presente, mas como ele não conseguiu comprá-la,
ele veio até mim, e eu o disse que não era necessário, que eu ficaria muito
feliz com um livro.
-Entendo. –Swan disse calmamente. –Mas o que uma
estudante de História fazia no hospital àquela hora da noite?
-Uma das crianças que vocês viram brincar, é meu irmão,
ele tem um câncer terminal, e está aqui desde que começou a andar.
-Oh... –Disse Ed chocado.
-Vocês teriam como provar que ele estava aqui na hora do
incidente?
Ela concordou.
-Vocês podem conferir as câmeras da recepção.
Após conferir que eles não estavam mentindo Natallie
disse a Allan.
-Devo-lhe desculpas pelo ocorrido.
-Eu sei que estava apenas fazendo seu trabalho detetive,
mas se me permite falar, eu não fui o único que ameaçou o senhor Hou, tem uma
mulher, Kelly, se não me engano, ela recebeu uma crítica horrível sobre o seu
trabalho de Guilherme Hou, creio que vocês deveriam falar com ela.
Swan assentiu e saiu sendo seguida pelo outro garoto.
IV
-Tá de sacanagem. –Natallie falou parando em frente a um
centro comunitário. –Os nossos suspeitos resolveram fazer boas ações?
-Nem todo mundo, odeia a raça humana feito você Natallie.
-O que você quis dizer com isso, Zé Ruela?
-Estou dizendo que você deveria tratar melhor as pessoas,
você assustou aquelas crianças no hospital, falando daquela forma com Allan, e
não é só dele que estou falando; vi como tratou Gui e eu sei muito bem a forma
como você trata as pessoas, como se elas fossem lixo, você tem complexo de
Deus, fala que quer acabar com a hipocrisia da sociedade, mas você é mais
hipócrita que qualquer um deles, em vez de tratar seus iguais com respeito e
amor, você os trata como se eles não passassem de nada, mas deixa-me te dá a
real queridinha, você é que é o nada.
Natallie olhou perplexa para o garoto e disse.
-Ou... Eu tenho complexo de Deus? Sabe Ed. Eu não
costumo levar as opiniões das pessoas em
consideração, mas abro exceções para as pessoas que são importantes, mas
infelizmente esse não é o caso, sabe as aranhas comem moscas, e elas são
comidas por sapos, as vacas comem grama, os leões comem as vacas, e sabe onde
você está no meio de tudo isso? –Ela disse encarando o garoto que estava em
silencio. –Todos esses animas fazem cocô.
-Você vai dizer que eu sou o cocô, né?
-Não, jamais, o cocô é alimento das minhocas e de alguns
vermes, você é o cocô da minhoca. –Ela segurou o garoto pelo colarinho e disse.
–Da próxima vez que você abrir essa sua boca imunda para me ofender me
comparando aos vermes que rastejam sobre essa terra podre, será a única coisa
que você irá falar, eu juro, que vou te estraçalhar da mesma forma que o
demônio esquartejou e devorou Abdul o escritor de Necronomicon em plena luz do
dia, você me entendeu?
Ed segurou as mãos de Swan as tirou de suas roupas.
-Eu irei lhe tratar da forma que você merece, sua
hipócrita, e eu quero ver você tentar fazer algo comigo queridinha. –Ele
finalizou retirando as chaves do carro da ignição e saindo do carro, e
trancando o carro com o dispositivo eletrônico, deixando a garota presa lá
dentro.
-O que você pensa que está fazendo? –Disse ela gritando
de dentro do carro.
-Vou interrogar a senhora Kelly sozinho, eu já vi fazer
isso várias vezes, creio que não seja tão difícil assim.
-Eu vou te matar. –Swan gritou dentro do veículo.
-Quero ver tentar? –Ed a desafiou.
Swan começou a chutar o vitro da porta do automóvel e com
o auxilio de seu salto ela arrebentou a vidraça.
-É melhor você correr Zé Ruela, porque eu vou sair daqui,
e quando eu sair, juro que te mato.
-Ai pai. –Ed disse vendo os vidros se arrebentarem.
–Pensei que Gui tivesse um carro a provas de balas.
Os vidros se arrebentaram e Swan começou a sair do veículo.
Ed começou a andar para trás quando uma turma de
adolescentes saiu do centro comunitário, era provavelmente o fim da aula.
Uma senhora que aparentava ter seus quarenta anos e
idade, saiu junto com os adolescentes e parou ao ver a cena que estava
acontecendo em frente ao centro comunitário.
-Céus. –Disse ela. –O que está acontecendo aqui?
Natallie parou de apertar o pescoço do garoto e disse.
-Senhora Kelly?
-Sim? Eu acho.
-Gostaríamos de falar sobre Guilherme Hou.
Sem entender muito o que estava acontecendo, ela apenas
encarou a jovem.
-Onde a senhora estava na hora do evento de artes
organizado por Guilherme Hou?
-Estava na exposição, fui uma das convidadas, a senhorita
acha que eu sou uma das suspeitas?
-Estamos apenas levantando provas. –Ed disse com
dificuldade passando a mão nas marcas dos dedos de Swan que estavam em seu
pescoço.
-Eu estava próxima do senhor Hou, creio que tenham
conferido as câmeras de segurança, era impossível eu ter realizado o disparo
que o matou.
-Mas você poderia ter pago para alguém ter feito isso.
-A senhorita pode verificar minhas contas bancárias,
nenhum valor o suficiente para pagar um assassino de aluguel foi retirado das
contas bancárias, e eu não sou o tipo de mulher que usa joias, portanto eu não
penhorei nada do tipo, para conseguir o dinheiro.
-Você pensou em tudo, não. –Disse a jovem.
-Perdão?
-Eu irei verificar sua história com o senhor Poe da casa
de penhores. –Ela disse voltando para o carro.
Com certo anseio, Ed agradeceu a atenção dada por Kelly e
voltou para o carro onde Swan o esperava com o veículo já ligado.
-Para onde iremos agora? –Perguntou ele.
-Iremos voltar, para a mansão dos Hou, alguém está
mentindo, é impossível, que em um evento cheio de pessoas, não achar um único
suspeito, acho que Gui deixou alguma coisa passar pelas câmeras, vamos
assisti-las e ver o que foi, caso não vejamos nada, irei pegar a lista de convidados
e investigar cada um.
-Mas devem haver dezenas.
-Eu não me importo, eu apenas quero a espada feita por
Guilherme Hou.
Não demorou muito, para chegar na mansão, logo após
estacionar eles viram Guilherme J. Se aproximar com espanto estampado em sua
face.
-O que foi que aconteceu com meu carro?
-Longa história. –Disse Swan. –Quero ver os vídeos das
câmeras de segurança da noite do evento.
Após quase uma hora, analisando o momento exato do
disparo, e verificando toso os vídeos da mesma hora Ed disseram.
-Aparentemente o assassino estava em um ponto cego.
-E estava dentro do salão. –Completou Swan. –Foi alguém
que sabia perfeitamente onde as câmeras estavam e o trajeto que Guilherme iria
fazer, e sem sombra de dúvidas, era um atirador nato.
-Espera. –Disse Ed. –Deixamos uma coisa passar. –Ele
pegou seu celular e pesquisou alguma coisa, mostrando a imagem de um símbolo pouco
tempo depois.
-O que é isso? –Questionou Swan.
-Isso é. –Disse Gui.
-Essa é uma marca que atiradores de elite usam, eles são
os melhores do mundo. –Disse Ed.
-Um coração sob uma mira? –Falou Natallie. –Isso é tão
clichê.
-Adam. –falou Guilherme. –Ele matou o meu pai? Mas como?
-Simples. –Disse Ed. –Seu pai costumava fazer críticas às
obras de artes das pessoas, um bom exemplo disso é a senhora Kelly, Natallie
não tocou no assunto quando falou com ela, mas quando eu vinha no carro para
cá, pesquisei sobre, e foi um verdadeiro escândalo, a crítica que seu pai fez a
ela saiu até em um jornal, e parando para associar, seu guarda-costas sabe pintar,
e se seu pai fez uma crítica ao trabalho dele, ele poderia melhor do que
ninguém tê-lo matado.
-Sim, você tem razão. –Disse Swan. –Mas não vejamos por
esse ângulo, e se Adam falou com o senhor Hou, para ter uma oportunidade de mostrar
seu trabalho ao mundo e foi ridicularizado pelo seu patrão? Isso poderia ter
gerado um ódio e tanto, e parando para analisar melhor, ele estava no evento e
na hora que o disparo foi realizado, ele não foi visto por nenhuma das câmeras,
e como guarda-costas ele saberia onde as câmeras ficariam, e por onde o senhor
Hou passaria.
-Então, está aí, descobrimos quem é o assassino. –Falou
Ed por fim.
O barulho de uma porta batendo podia ser ouvida de onde
eles estavam.
-O desgraçado está fugindo. –Swan falou avançando na
direção da saída, sendo seguida pelos outros dois.
Ao chegarem à varanda de entrada eles viram Adam correndo
ao longe.
-Ele vai escapar. –Disse Ed.
-Não, não vai. –Gui disse seco. –Ele vai pagar pelo que
fez ao meu pai.
Ele
começou a assoviar, seu assovio foi forte e longo, em meio ao som causado pelos
lábios do garoto, olhos vermelhos e brilhantes sugiram daquele pequeno bosque
que cercava a mansão, a matilha avançou sobre aquele homem, os lobos começaram
a retalhar sua carne, os gritos dados por ele eram agudos e apavorantes, mas durou
pouco, em instantes um silêncio devastador tomou conta do ambiente, a única
coisa que poderia ser ouvida era o som de ossos quebrando e de carne sendo
mastigada.
-Isso
não é coisa de Deus. –Falou Ed ofegante cobrindo o rosto com as mãos.
-As
pessoas tem a punição que merecem meu caro. –Gui falou tentando acalmá-lo.
-Deixa
de enrolações e me diga onde a espada está. –Natallie falou.
-O
acordo foi que você descobrisse quem era o assassino, e até onde eu lembre foi
Ed quem descobriu.
-Por
favor, entrega essa porcaria logo a ela, eu não suporto ver mas a cara dessa
garota na minha frente. –Ed falou recolocando as mãos sobre as marcas roxas que
estava em seu pescoço.
Gui
suspirou e entregou um pedaço de papel para a garota.
-Ai
está o endereço da pessoa que comprou a espada, faça bom proveito. –Disse ele.
A
noite chegou rápida, não havia mais vestígios do antigo guarda-costas dos Hou,
os restos de seus ossos foram juntados por Gui e queimados em uma fogueira feita
dos quadros de Adam.
-Você
vai ficar bem? –Gui perguntou a Ed que resolveu ficar em sua casa.
-Eu
estarei melhor quando Elion voltar. –Disse ele. –Mas por hora, apesar de tudo,
é melhor eu ficar aqui, provavelmente vou ter pesadelos, e é melhor está em uma
casa com alguém, do que sozinho em algum lugar.
-Mas
uma vez desculpa, eu não deveria ter deixado você ver essa sena...
-De
boa. –Disse Ed o interrompendo. –Eu já estou me acostumando com essa vida e
cão.
Gui
a penas sorriu diante da resposta do garoto, então ele lembrou-se de Natallie e
se perguntou se ela havia encontrado o que procurava.
V
A
casa funerária estava fechada, o lugar todo estava sujo e fedendo, ao entrar no
escritório, Swan viu James, o funerário, largado sobre o chão de seu escritório,
havia garrafas de bebidas espalhadas sobre o local, e o agente funerário estava
péssimo.
Swan
o ignorou e foi e direção a sua espada, e ao pegá-la, ouviu a voz de James.
-Você
não pode roubá-la, ela é tudo o que me resta de meu filho e de minha vida.
-O
que aconteceu com você? –Perguntou ela.
James
a encarou e disse tomando mais um gole de sua bebida.
-Meu
filho morreu há algumas semanas, e minha ex-esposa, a única mulher que já amei,
assassinou várias outras mulheres e depois cometeu suicídio há alguns dias.
Swan
voltou a sua atenção a espada em suas mãos e leu algo escrito na baia da
espada.
- Si tu fortitudo mea, quid mihi potum rubrum. –Natallie olhou para o
funerário e disse. –Se o senhor pudesse rever seu filho, ficaria feliz?
Com um leve sorriso
estampado em seu rosto ele disse.
-Seria a melhor coisa que
poderia me acontecer.
Swan retirou a espada da
bainha e disse aproximando-se de James.
-Si tu fortitudo mea, quid mihi potum rubrum, se desejas meu poder,
o carmesim devo beber. –Ela enfiou a espada sobre a quinta costela de James,
fazendo com que a lâmina da espada atravessasse seu coração.
Ele perdeu sua voz, seus
olhos se encheram de lágrimas, sua visão começou a ficar turva e a única coisa
que ele viu foi um sorriso diabólico estampado no rosto do cisne à sua frente.
Swan retirou a espada do
peito dele, erguendo-a, e nesse momento um brilho tomou conta dos dois peixes
ali entalhados.
J.
Aeff
Nossa adorei a historia, principalmente a parte da punição com os lobos
ResponderExcluirAs coisas iram apenas melhorar daqui pra frente rsrs
ExcluirNatallie é muito foda já disse isso ?!
ResponderExcluirKkkkkk já! umas mil vezes kkk e disse q ela era uma rapariga kkk
ResponderExcluirCara que louco.
ResponderExcluirGostei muitoo.
as tretas estão apenas começando
ExcluirUauuu sem palavras pra essa história!
ResponderExcluirrsrs :e
ExcluirBem atestada essa... O Zé ruela se mostrou ser bem inteligente kkk kkk... Chupa Natallie vadia... Kkkkkkkk
ResponderExcluirkkkkk Meu Deus kkkkkkkk, Ed é inteligente poxa, só é meio lento rsrs
ExcluirCada história mais incrível que a outra,gostei muitoo mesmo *-* .A única coisa que James viu foi um sorriso diabólico do cisne?como assim?
ResponderExcluirbom, Swan matou ele '-'
Excluiradorei a historia o Ed resolveu dessa vez mas se ele não fosse tão lerdo ele tinha resolvido de primeira Swan como sempre e ótima no que faz mesmo ela matando James ela so tirou o sofrimento dele de não ter nada e nem ninguém por ele Swan fez a coisa certa.
ResponderExcluirAh lembrei eu percebi qual foi o lance dos lobos quem tíria que Gui tem tal poder de controla os lobos
Gui é perfeito, ou quase. já Swan, creio que ela seja um pouco louca, mas ela não faz nada pelo acaso rsrs
Excluir