O doce
néctar dos teus lábios posso sentir;
Teu doce
cheiro ainda insiste em existir;
Infame
memória que só reclama.
Oh!,
querido fel que se fia,
Por que
assolas essa pobre alma?
Em
outrora me amavas e me desejavas,
E agora
vagas memórias endurecem minha alma.
Essência
doce que agora amarga,
Existência
que agora apena vaga,
Sonhos
que, por fim, se vão.
Alegrias
construídas se despedaçam,
Pois
pisastes e maltratastes e, agora,
Tudo no
doce fel assim se acaba.
I
-Vamos, vamos. –Dizia um jovem rapaz. –Vamos logo, não
vejo a hora de chegarmos.
-Não sei o porquê de toda essa agitação, quando você
disse: “Ed, vamos viajar? eu pago! não pensei que você me traria para uma
cidade porcaria feito essa. –Disse um homem magro de pele parda.
O outro que ia animado em sua frente parou e o encarou.
-Cara, estamos em Nova York, cidade porcaria é aquela
onde você mora! Agora para de reclamar e anda mais rápido. –Disse o mais novo.
-Elion, você ainda não me disse para onde estamos indo.
-É surpresa, mas você vai gostar. –Respondeu ele com um
sorriso no rosto.
Elion é um jovem de altura normal e magro de pele clara,
seus cabelos são castanhos ondulados, e seus olhos de mesma cor, ele vestia de
uma calça preta, al star marrom e usava uma roupa leve e vermelha seguida de
uma jaqueta em couro preta e ele não aparentava ter mais de vinte anos.
Ed seu amigo também possuía uma altura normal, como o
anterior era magro, porem seus cabelos eram negros, cordados de forma mais
curta, mas tinha o mesmo tom de ondulação, seus olhos eram castanhos, e sua
pele parda, ele vestia de um Jeans azul, uma camisa branca, tênis casual, e
usava roupas de frio de um tom cinza e em relação a idade não sei bem
especificar, mas ele era alguns anos mais velho q seu companheiro.
-Pronto, chegamos. –Disse o jovem Elion subindo as
escadas de uma casa.
-Então essa é a surpresa, você me arrastou até esse fim
de mundo, para visitar um amigo ou sabe-se lá o quê!? –Resmungou o outro.
-Deixa de ser chato cara, ele não é meu amigo, ainda,
essa é a casa de um dos maiores romancistas da história dos Estados Unidos,
então ver se tem respeito com ele. –Ele terminou sua fala tocando o interfone.
Não levou muito tempo e os dois garotos estavam cruzando
a sala de estar do escritor Calderón.
-Creio que ele esteja em sua biblioteca, é logo em
frente. –Disse uma funcionária de cabelos engraçados.
Quando
a senhora, que provavelmente era a copeira do lugar, abriu a porta da imensa
biblioteca, e quando eu digo imensa, não que ela fosse grande, mas era enorme
para uma biblioteca particular, havia várias prateleiras de livros, desde os
clássicos americanos e ingleses aos contemporâneos, a biblioteca era
simplesmente perfeita.
Ao passarem por algumas prateleiras os jovens viram uma
pequena mesa, com alguns livros, papéis e um notebook em cima, eles também
viram um homem com a cabeça repousada sobre a mesa.
-Mr. Calderón, esses são as pessoas que o senhor estava
aguardando. Mr. Calderón? –Ao ver que seu patrão não estava respondendo ela se
aproximou e disse colocando a mão sobre o seu obro. –O senhor se sente bem?
Ao tentar erguer o corpo de seu chefe, ele apenas caiu da
cadeira jazendo no chão.
-Ai meu Deus. –Disse a senhora.
Elion aproximou-se
rapidamente colocando dois dedos dobre o pescoço do escritor.
-Ele não respira. –Falou ele encarando a velha senhora e
o rapaz que lhe acompanhava que agora estava dando alguns passos para trás.
–Ele está morto.
II
-Então, o senhor é detetive? –Perguntou um homem.
-Sim, sou. –Disse Elion. –E proponho que façamos algo. De
fato, como já expliquei há uma possibilidade de Christian ter cometido
suicídio, mas algo me leva a crer que tem algo a mais por trás de tudo isso, e
mesmo que ele de fato tenha se matado, e justo que se saiba o porquê.
-Entendo, deixarei em suas mãos, senhor, qualquer coisa é
só nos chamar. –O homem de porte médio voltou a falar.
Elion apenas assentiu saindo da sala e voltando para a
biblioteca.
-Você tinha que se meter, não é? –Disse Ed com cara de
poucos amigos.
-Não entendi, meu caro.
-Por que você não deixa isso para a polícia resolver?
-Porque estamos em Nova York, E miseramente pessoas
morrem a torto e a direita, e o senhor Calderón merecia alguém que cuidasse de
seu caso.
-Não, não merecia não. –Ed falou com um semblante sério.
-Não entendi, meu caro.
-Literatura é coisa do capeta, simples assim.
-Continuo sem entender.
-Os escritores sempre falam de amor, de mudança de vida
de um mundo perfeito e blá, blá, blá, mas no fim eles acabam usando drogas e
muitas vezes acabam cometendo suicídio, ou seja, literatura é coisa do capeta.
Elion o encarou antes de respondê-lo.
-Para começar meu caro, não estamos na era do romantismo
ou da depressão, onde os escritores viviam no máximo até os vinte anos, estamos
no século vinte e um e não é bem assim que isso funciona, e literatura não é coisa
do capeta, seu mau humor e falta de cultura são, agora se não for me ajudar ver
se não atrapalha. –Ele terminou de falar chegando perto do corpo do escritor
Calderón.
-Aparentemente ele estava trabalhando em um texto novo,
não? –Ed falou logo após observar que havia papéis e canetas sobre a mesa e num
dos papéis havia algo escrito.
-Creio que sim. –Elion falou pegando o papel. –estranho.
-O que foi?
-Até onde eu saiba Christian apenas escrevia romances e
contos e isso é um poema. –Ed aproximou-se para ler o que estava escrito.
-Pra mim, isso é apenas uma carta de suicídio.
-E o que te faz pensar isso meu caro?
-Se eu entendi direito. –Começou Ed. –Esse poema fala de
uma desilusão amorosa, nosso amiguinho aqui estava em um romance do qual não
deu muito certo e acabou se matando devido a isso.
-Você acredita mesmo que ele se matou?
-Claro. Escritores são do capeta, mas enfim, esse poema,
creio que seja na verdade uma carta de adeus para a pessoa amada, ou algo do
tipo.
-Eu não irei comentar nada. –Elion falou mudando sua
atenção para o notebook do escritor.
-O que você vai fazer?
-Olhar o histórico, os arquivos e se ele falou com alguém
em alguma rede social.
-Tem senha.
Elion encarou seu parceiro e disse exibindo um drive.
-Tinha senha. –Em poucos minutos o computador havia sido
liberado e ele já estava verificando tudo.
-Como você? –Ed falou sem entender nada.
-Como você acha que eu fuço nas suas coisas?! –Elion deu uma leve risada e ao ver que o outro
estava o encarando de forma séria. Ele parou e disse apenas. –Brincadeira. –Ele
voltou sua atenção ao note.
Após um tempo Elion voltou a falar.
-Os únicos arquivos aqui são obras literárias, alguns filmes
e séries, no histórico só tem pesquisas provavelmente feitas para enriquecer
suas obras e aparentemente ele falava com os seus fãs e correspondia às
cantadas de todos. –Elion encarou o outro e disse. –Isso é nojento, cara! –Ed
aproximou-se quando ele voltou a falar. –Aparentemente ele ficava com seus fãs,
com todos que quisessem isso, não importa o sexo ou idade, ou quantidade com quem ele ficava de uma única
vez, e o pior é que ele marcava tudo pelo computador, isso é meio perigoso.
-Como eu disse. Do capeta.
-Se você falar a palavra capeta novamente, juro que paro
de andar com você.
Ed o encarou e disse.
-Capeta.
Elion revirou os olhos e voltou sua atenção aos detalhes.
Além de todos os papéis e objetos tecnológicos havia uma
xícara com café feito ao leite e pelo cheiro deveria ter chocolate misturado.
-Ele colocou o veneno dentro do café, não foi? –Ed falou.
-Tudo indica que sim, mas não posso dizer que foi ele
quem colocou o veneno.
-Você insiste em dizer que ele foi assassinado, pensei
que o soneto escrito por ele dissesse o contrario!
-E diz, mas algo não bate, Mr. Calderón era um homem de
caráter duvidoso, ele levou muitas pessoas para a cama e lhe garanto que ele
não se apaixonou por nenhuma, então por que ele cometeria suicídio por amor? Acreditar
nisso seria insano.
-Pressão talvez. –sugeriu o outro.
-Como?
-Talvez ele tenha se matado por pressão, ameaça, suborno,
ou algo do tipo. Você disse que ele não olhava as idades de seus fãs, apenas
ficava com eles, suponho que o maior público de histórias de romance seja o público
jovem, ou seja, ele deve ter ficado com centenas de menores de idade, talvez
ele estivesse sendo ameaçado ou algo do tipo.
-Isso é relevante. –Elion concordou. –Você é bem esperto,
não?!
-Claro que sou, mas o que você pretende fazer agora. Esse
é o celular dele?
-É. –Respondeu o maior.
-E por que você não olhou o histórico de chamadas?
-Porque ele provavelmente apagou, e a única forma de
saber seria alguém indo até a loja da operadora se passando por nosso amiguinho
e pedir o histórico de chamadas do último mês.
-Por que você está me olhando assim?
-Por que essa pessoa será você.
-Não mesmo, eu nem conheço a cidade e...
Elion o atrapalhou.
-Você vai e volta de táxi, não tem desculpa, agora pegue
isso. –Ele entregou os documentos de Christian e voltou a falar. –Você apenas
vai pedir o histórico de chamadas de seu celular. Só isso.
-Vamos Ed, vamos tirar férias, que tal irmos para Nova
York, será legal, vamos eu pago. –Disse ele reclamando. –Eu sei o que ele vai
me pagar, ele que me espere. –Ele terminou de falar saindo da biblioteca.
III
-Senhor? –Elion perguntava o nome do homem que o
autorizou a fazer a investigação.
Eles estavam em uma sala pequena no último andar da casa,
onde só havia algumas cadeiras de madeira em tom nogueira e um centro de vidro
com uma garrafa térmica sobre ela e um jogo de chá a acompanhado, o local era bem
arejado e cheio de plantas e flores, aquele lugar era um verdadeiro jardim suspenso,
um lugar aonde Christian Calderón ia para descansar e tomar seus chás da tarde.
-Augusto, Augusto Bey.
-Mr. Bey, há quanto tempo você conhecia M. Calderón e
qual sua relação com ele?
-Nos conhecemos desde que éramos crianças nem sei ao
certo quantos anos faz isso, e eu sou o marido dele.
Elion se engasgou com o chá.
-Perdão, o senhor era casado com o senhor Calderón,
espera, ele era casado?
-Sim por que o espanto?
-Bom, Senhor Bey, Calderón? Bom, meu companheiro e eu
encontramos esse poema sobre a mesa onde seu marido trabalhava, eu achei estranho
o fato de ser um soneto já que todas as obras dele eram contos.
Augusto
tomou o poema para si e após o ler disse o devolvendo ao detetive.
-Ele de fato nunca escreveu um poema antes, nem mesmo quando
eu o pedi. –ele disse com certa tristeza em sua voz.
-O senhor sugere que ele escreveu isso para outro alguém?
-Se o senhor está me perguntado se eu sabia que ele me
traia a resposta é sim, eu sabia mais do que ninguém que ele deitava todos os
dias com uma pessoa diferente.
-E por que você nunca o deixou? –Elion voltou a
perguntar.
-Eu não sei. –Augusto respondeu levantando-se, começando
a andar sobre aquele pequeno jardim suspenso. –Eu não sei explicar, mas eu
sempre o perdoava, não importava o quanto ele me machucasse ou me traísse eu
sempre o perdoava, para mim era melhor tê-lo ao meu lado, apesar de todas as
coisas que ele fazia, do que simplesmente viver sem ele, eu não suportaria.
–Ele encarou o jovem detetive com lágrimas nos olhos.
-Ele sabia que o magoava desta forma? –o garoto perguntou
tentando amenizar o clima que havia se formado ali.
-No começo não, mas há alguns dias ele soube e começou a
ficar indiferente comigo, acho que na cabeça dele fazer isso seria uma forma de
não me machucar mais, mas o efeito foi o oposto e se eu não fosse forte, teria
entrado numa depressão...
-Compreendo. –Ele disse cortando a fala do mais velho.
–Quando foi a ultima vez que você o viu com vida hoje.
-Logo após o amanhecer, eu vi quando ele se levantou da
cama e saiu do quarto para fazer seu café e ir até a biblioteca trabalhar, era
o que ele fazia todos os dias, eu não estava com ânimo de me levantar, então
fiquei deitado até a hora em que Margo veio me informar do que tinha
acontecido.
Elion associou Margô a senhora que o recebeu mais cedo.
-Entendo, se o senhor não tem mais nada a acrescentar, é
tudo.
Augusto deu um leve sorriso e saiu da sala, não levou
muito tempo e a senhora Margô estava tomando chá com o mais novo.
-Então, como eu ia dizendo o senhor Calderón era uma boa
pessoa, sempre tratou todos os seus funcionários de forma justa, ele também
estava sempre com um sorriso no rosto, não importava o quanto fosse estressante
o seu dia, ele sempre estava de bom humor. –Disse a senhora.
-Quando a senhora fala estressante, a senhora se refere
ao quê especificamente.
-Ao trabalho em geral, ele sempre estava trabalhando
muito na criação de novos livros, e quando a inspiração não vinha, ele sempre
ficava estressado, tanto que nos últimos dias ele até começou a discutir com o
senhor Augusto, eu trabalho há anos nesta casa e nunca vi os dois discutirem.
-Sei que deve ser complicado, senhora Margo, quando seu
chefe estava sem espiração o que ele costumava fazer?
-Normalmente passava o dia até mesmo a noite fora, acho
que ele ficava em algum café escrevendo, ou no parque não sei, o que sei era que
ele sempre voltava feliz e inspirado a escrever uma nova história.
-Compreendo, quantas pessoas trabalham nessa casa com a
senhora?
-Tem Mary, a cozinheira e Tomas, o motorista.
-Mas alguém mora nessa casa?
-Somente a mãe do senhor Christian.
-E onde ela está?
-Ela passou a noite fora, foi visitar sua irmã do outro
lado da cidade, creio que ela já deve estar a caminho.
-O.K. –Disse Elion tomando mais um gole de seu chá de erva
doce com canela que pela aparência estava ótimo.
Após uma breve pausa, tempo o suficiente para olhar boa
parte do jardim o detetive disse.
A senhora disse que só tem três funcionários neta casa,
mas esse jardim é impecável, e apenas um bom jardineiro é capaz de deixar algo
espetacular assim.
-Esse lugar era onde o senhor Christian vinha as tardes
pra descansar, mas nem sempre foi assim, aqui era apenas um terraço abandonado,
foi o senhor Augusto que o transformou desta forma, cada planta aqui é ele quem
cuidar pessoalmente.
Elion levantou-se e deu uma boa caminhada pelo jardim,
não tinha apenas rosas e plantas comuns, havia uma verdadeira diversidade em
plantas ali, cada uma mais bela que a outra; cada uma mais exótica do que a
outra e principalmente cada uma mais cara do que a outra, havia Jasmins e
Orquídeas, plantas medicinais, carnívoras, bonsais entre varias outras, mas a
que mais se destacava era as hrodoras que havia ali, roxas e belas.
Elion encarou a senhora e disse-lhe.
-Ele é bom no que faz muito bom mesmo, ele é igual ao
senhor Calderón, digo feliz?
-Sim ele era feliz, mas não igual a seu marido ele era
mais calmo, e mais compreensivo, nem sempre ele estava com um sorriso no rosto,
mas nunca o vi reclamar de nada nem tão pouco levantar a voz para alguém, ele é
o que as mulheres chamam de homem perfeito.
Quando foi a última vez que a senhora o viu?
-uns vinte, trinta minutos antes de sua chagada, eu fui
até a biblioteca ver se ele não estava precisando de nada.
-Então a senhora foi a única que o viu com vida?
-Isso mesmo senhor.
Elion apenas sorriu e disse que por hora era só, e lhe
pediu para que mandasse a próxima pessoa entra.
-Mary Lee, sou a cozinheira. –Dizia uma mulher de uns
trinta e dois anos de idade, pele clara e cabelos ondulados de cor castanha.
-A senhora trabalha aqui há muito tempo?
-Uns cinco anos.
Mary falou as mesmas coisas que Margo em relação ao
jardim e ao casal Calderón, falou também que era fã de Christian.
-E enquanto aos relacionamentos dele? A senhora sabe de
alguma coisa?
-Relacionamentos? Até onde eu saiba Augusto foi o
primeiro amor dele, creio que ele não tenha namorado com ninguém antes.
-Sei... É a senhora que preparava o café de Christian
pela manhã suponho.
-Pra falar a verdade não, ele era muito exigente quando o
assunto era seu café, ele mesmo o preparava, colocava em sua caneca e levava a
sua biblioteca.
-Interessante, essa era a única coisa que ele preparava,
ou ele gostava de cozinhar?
-A mãe do senhor Calderón disse uma vez que seu filho
amava cozinhar quando jovem, mas depois que ele começou a se dedicar a vida de
escritor a única coisa que ele fazia mesmo era seu café, apenas isso.
-Compreendo, creio que seja só por hora.
Mary levantou-se e saiu em seguida. Tomas acompanhava
Elion em seu chá.
-Minha função era de apenas fazer compras ou pegar ou
levar algum documento do senhor Calderón, ele sempre dirigia o carro quando
saía, o mesmo em relação a Augusto, a única a quem eu levava a algum lugar era
a senhora carvalho, a mãe do senhor Calderón.
-Entendo. E qual era sua relação com seus chefes?
-Normal eu acho, o senhor Augusto é uma boa pessoa,
sempre está de bom humor, da mesma forma que Christian.
-E o relacionamento deles, como ia? –Elion Perguntou
encarando o rapaz.
-Nada bem, na verdade eu acho que nunca esteve bem.
-Por quê?
-O
senhor Augusto merecia alguém melhor que Christian, ele o traía e o maltratava,
ultimamente ele começou a tratar o senhor Bey como um qualquer e não negou o
fato de ir para cama com outras pessoas.
-O senhor sabia das traições dele? Interessante, porque o
senhor está trabalhando aqui há menos de um ano, e as outras duas senhoras
trabalham aqui há anos e ela não sabia dos casos que o chefe dela tinha fora do
casamento.
-Elas são cegas pelo fato dele ser escritor e um homem
romântico, elas apenas veem o melhor nele.
-E você não? Por quê?
-Ele quis ficar comigo uma vez, cerca de um mês atrás.
-O mesmo tempo que Augusto ficou sabendo das traições do
marido.
-Fui eu quem disse
o que ele andava aprontando.
Elion mordeu um biscoito antes de continuar.
-Você tem uma relação bem próxima com Augusto, ou vocês
são velhos amigos que eu acho impossível, porque Christian era, e eu sei que
ele nunca se envolveria com algum amigo de seu marido ou você é apaixonado por
Augusto, por isso essa relação tão próxima e por isso que você não caiu nos
braços de Christian, em vez disso correu para contar a Bey com o intuito de
acabar com o casamento para ficar cm ele, estou certo?
Tomas corou, mas não desmentiu, ele apenas abaixou a
cabeça em concordância.
-Augusto é cego em relação a Christian, cego e fraco, ele
jamais terminaria o relacionamento com ele apesar de tudo.
Após um tempo Tomas saiu do jardim deixando Elion a sós
com seus pensamentos.
Alguns minutos depois a última pessoa que faltava chegou.
-Senhora Carvalho suponho.
Elion disse olhando para uma mulher forte e bela, com os
olhos e tom de pele iguais a de seu filho.
-Senhor Elion presumo. –Disse ela em resposta.
-Creio que a senhora está arrasada pelo que aconteceu com
seu filho. –Disse ele vendo o quanto aquela senhora estava abalada e com os
olhos cheios de lágrimas.
-Ele foi o único filho que tive, e eu o amava tanto, você
deveria ter visto o quanto eu fiquei feliz quando soube que seu primeiro livro
seria publicado, eu sempre quis ter mais filhos, mas ao saber que o único que
tinha estava feliz e havia feito sucesso me dei por conformada, pois ele havia
me proporcionado tudo que um filho poderia proporcionar.
-E por que a senhora não teve mais filhos?
-O pai de meu Christian morreu quando ele ainda era
criança, e eu não quis me casar depois disso.
-Compreendo. –O rapaz disse servindo uma xícara de chá
para sua companheira. –Qual era o relacionamento que seu filho tinha com os
funcionários, com seu marido, e com a senhora?
-Eu não tenho do que reclamar, ele sempre tentou de tudo
para me dar o melhor dos melhores, ele dizia que me ajudaria da mesma forma que
eu dei minha vida para ajudá-lo quando seu pai morreu, em relação as pessoas
que trabalham aqui, ele sempre foi uma ótima pessoa, já em relação a Augusto,
creio que ele não foi tão bom marido como deveria ser.
-Como assim?
-Meu filho traía o pobre rapaz a torto e a direita, não
podia ver um rabo de saia ou um corpo sarado que agarrava, esse era seu único
defeito, não saber lhe dar com a fama.
-Ele começou a trair Augusto quando ficou famoso, digo,
ele nunca ficou com outra pessoa antes disso.
-Não, nunca, ele dizia amar o pobre rapaz, mas a única
coisa que meu filho realmente amor foi seus livros e o que eles propuseram a
ele. Eu soube assim de imediato que meu filho estava traindo o coitado de Bey,
eu o adverti e essa foi a primeira vez que ele ficou contra mim. –Ela começou a
chorar.
Elion retirou de seu bolso um lenço e entregou aquela
senhora.
-Às vezes eu desejo que ele nunca tivesse ficado famoso.
–Ela ergueu a cabeça e respirou fundo. –Ao menos gostaria de ter-me despedido
dele, quando saí de casa ontem ele não estava, provavelmente deveria estar na
cama de alguém, o senhor acha que eu errei ao educá-lo, que eu deveria ter lhe
ensinado de alguma outra forma?
-Não. –Disse o garoto. –A senhora fez todo o que pôde os
pais não são responsáveis pelos caminhos que seus filhos trilham.
A porta da entrada para o terraço se abriu e Ed entrou
com alguns papéis.
-Consegui o histórico de chamadas. –Disse ele ignorando a
presença da senhora Carvalho.
Elion apenas o olhou incrédulo pela falta de educação do
rapaz e fuzilando com os olhos ele encarou a senhora Carvalho e disse.
-Desculpa pelo ocorrido, mas a senhora não deve se culpar
pelo o que seu filho se tornou, a senhora é uma boa pessoa, e sei que irá
superar, pode ficar com o lenço. –Ele a acompanhou até a saída e ao trancar porta,
olhou furioso para o mais velho e disse.
-Você é idiota ou está se especializando, da próxima vez
bata na porta seu idiota, aaaaaaaaa. –Elion estava histérico.
-Calma alma raivosa, foi mal, eu achei que isso fosse
importante. –Disse ele mostrando os papéis ao companheiro.
-E
é, mas ter educação e bons modos também. –Disse o detetive tomando os papéis
para si, sentando-se na cadeira.
Elion levou cerca de vinte minutos para comparar os
números do histórico à agenda do celular de Christian.
Após esse tempo, ele viu que um dos números não estava
salvo, e que esse número, era o qual ele discava com mais frequência.
Ele não pensou muito, pegou o celular do escritor e
discou o número, ele não esperou muito e o outro lado havia atendido.
-Christian? O que foi? Você nunca me liga tão cedo.
-Aqui é o investigador Elion, o escritor Christian
Calderón, foi encontrado morto essa manhã em sua biblioteca, tudo leva a crer
que ele cometeu suicídio, se o senhor puder nos ajudar a entender o motivo,
ficaríamos gratos.
Passou-se um tempo, a única coisa que indicava que a
ligação não havia caído era a respiração do outro lado da linha, seja quem for
estava em choque com a notícia, e esse choque levou o investigador a acreditar
que aquela pessoa era mais que um simples amante.
-Certo. –Disse a voz com tom de choro. –Onde eu poderia
encontrar o senhor?
-Que tal perto do lago do central parque em vinte
minutos. –Disse o detetive.
-O.K. –Respondeu ele desligando o telefone.
-E então? –Perguntou Ed ao mais novo.
-Vamos sair. –Disse ele com um sorriso de lado.
IV
Havia poucas pessoas no Central Park e havia apenas uma
perto do lago.
Os dois rapazes aproximaram-se e o mais jovem disse.
-Olá?
-Creio que você seja o investigador, não? –Disse o rapaz
em imediato.
Ele era baixo, tinha uma franja sobre os olhos, ele era
simples, porém tinha uma certa beleza.
Elion apenas concordou com um sorriso.
-No que posso ajudar? –Perguntou o jovem.
-Primeiramente, meu nome é Elion e esse é Ed, o senhor é?
Ele sorriu ao ouvir o nome senhor, provavelmente Elion
deveria ser um ou dois anos mais velho que ele.
-Pietro.
-Você poderia me contar um pouco sobre Christian?
-Creio que não tenho o que falar, se o senhor chegou até
mim, provavelmente sabe que ele se relacionava com outras pessoas.
-Sim, eu sei, mas era com você que ele manteve o maior número
de contatos, tanto que ele sabia seu número de cór.
O jovem Pietro respirou fundo e começou a falar.
-Eu o conheci há alguns meses, no começo nós ficávamos
apenas de vez em quando, sabe, ele ficava com seus fãs uma vez, no máximo duas, mas comigo
foi diferente, ele sempre me procurava, dizia que me amava e que queria ficar
comigo para sempre, tanto que ultimamente parou de ter outros casos e eu era
apenas o único, mas seu marido acabou descobrindo, e Christian não sabia o que
fazer, ele não queria magoar Augusto, mas não poderia continuar com ele, mas ao
mesmo tempo sabia que se terminasse com seu casamento ele teria estragado a
vida dele, e ontem pela noite eu resolvi tomar uma decisão, quando Christian
chegou em meu apartamento eu acabei tudo com ele. Disse que ele deveria fazer
seu marido feliz, e mandei-o ajeitar a bagunça que ele fez em sua vida e me
deixar em paz.
Elion refletiu sobre o que o rapaz disse e em seguida lhe
mostrou o poema escritor por Calderón.
Ao ler o rapaz se abraçou ao jovem oficial se desfazendo
em lágrimas.
Elion ficou sem saber o que fazer e olhou para o maior
pedido por ajudar serrando os olhos ao ver que o outro segurava o riso.
-Sabe. –Pietro começou a falar segurando o choro. –Eu
sempre o pedi para me escrever um poema, mas ele sempre disse que não
conseguia, que o ramo dele era apenas as histórias que escrevia. Mas aqui está
um soneto, falando da dor que o causei.
-Então esse poema foi escrito para você. –Elion se
afastou um pouco e disse. –Sinto muito pelo ocorrido, e você não deve ficar se
culpando pelo que ele fez, se serve de consolo
pode ficar com esse manuscrito e espero que você seja feliz algum dia.
Pietro caiu de joelhos segurando o poema em suas mãos,
após um tempo, os outros dois ali presente acharam que seria melhor deixar o
rapaz a sós, e voltaram para a casa do escritor, contando todo o ocorrido aos
oficiais que estavam lá e aos moradores da casa.
-Obrigado por tudo. –Disse Augusto. –fico grato que tenha
nos ajudado e lamento você não ter conseguido falar com ele, afinal de contas
vocês vieram de tão longe por nada, mas tomem, é um presente para vocês. –Ele
disse entregando um exemplar do último livro de Christian para os dois rapazes.
–eles estão autografados.
Eles agradeceram e antes de saírem, a mãe de Cristian
também falou com eles.
-Obrigado por tudo, fico triste por vocês não terem o
conhecido, meu filho foi muito imprudente em colocar beladona em seu café, ele
poderia ter sido alguém melhor, eu sei que poderia. –Ela disse começando a
chorar.
-Não se culpe senhora Carvalho, como eu lhe disse, cada
um escolhe tomar o caminho que quer, a senhora não é culpada pelos atos de seu
filho, agora se me dá licença tenho que ir. –Ele disse se despedindo e saindo
com o mais velho.
{...*...}
Ed encarava o mais novo dentro do táxi com um sorriso no
rosto.
-O que foi, qual o motivo dessa felicidade? –Perguntou
ele.
-Eu estava certo, literatura é coisa do capeta e ele
cometeu suicídio.
-Creio que tenha razão dele ter cometido suicídio não em
literatura ser do capeta.
-Tá, mas o que foi aquilo no lago? Ed perguntou fazendo o
outro ficar vermelho.
-Não foi nada seu idiota, o rapaz apenas queria um ombro
para chorar, só isso.
-Seiiiiiii... –Ele começou a rir. –Pra mim ele estava
tirando uma casquinha desse seu corpo bonito. –Ele voltou a rir.
-Você tá achando graça é seu idiota, pera que vou te dar
motivos para você rir. –O mais novo pulou em cima do menor e começou a fazer cócegas
nele.
-P-para, p-para. –Disse Ed entre risos. –Para ou eu vou
te bater. –Ele voltou a rir.
Elion caiu sobre o seu corpo e segurando as mãos do menor
aproximou-se de seu rosto.
Ed havia ficado vermelho e apenas fechou os olhos
-Você vai ter que me pagar um Milk shake. –Elion disse
saindo de cima do rapaz.
-Na? –Respondeu o ouro abrindo um dos olhos.
-Você vai me pagar um Milk Shake de morango e dos grandes.
–Disse Elion mais alto
-Eu pensei que você ia me beijar.
-E por que eu faria isso. –Ele respondeu começando a rir.
Elion ficou sério e disse.
-Para. –Ele gritou para o
motorista. –Para.
-O que foi? –Perguntou o outro.
-Algo está errado, por favor, dê meia volta, e nos leve
para onde o senhor nos pegou.
{...*...}
Segurando uma arma Elion abriu a porta da casa de
Christian com um chute, espantando a todos que estavam lá dentro.
-Christian, não cometeu suicídio, ele foi assassinado, o
soneto não era um bilhete de adeus e sim uma prova de amor, ele mostraria a
Pietro que o amava escrevendo-lhe um soneto mostrando a ele o que sentia.
Ele ergueu sua arma e a apontou para a cabeça da senhora
Carvalho.
-Oficiais, prendam essa mulher. –Ele disse para alguns
guardas que acompanhava a remoção do corpo. –Ela envenenou o senhor Calderón.
-Mas como. –Disse Margo em choque. –Ela passou a noite
fora, e nem estava aqui quando seu filho bebeu o café.
-Isso é apenas um bom álibi, algo forjado por madame Carvalho,
ela não estava aqui de fato para colocar veneno na bebida de seu filho, mas
isso não significa que ela não poderia ter colocado o veneno na caneca dele.
-Como? –Disse Augusto.
-Ela passou veneno na caneca favorita de Christian ontem
à noite, e hoje pela manhã ele apenas colocou sua bebida lá dentro sem se
preocupar já que sua caneca estava aparentemente limpa.
-Isso é idiotice. –Disse Ms. Carvalho.
-Não, não é, a senhora se sentiu culpada pela dor que seu
filho estava causando ao senhor Augusto, e achou que o melhor era fazer seu
filho pagar pelo o que estava fazendo, e o matou.
-Você tem como provar isso? –Perguntou um dos oficiais.
-Ela disse que lamentava por seu filho ter colocado beladona
em sua bebida, e nem eu sabia que ele tinha usado tal veneno, e se vocês
fizerem uma rápida análise na bebida de Christian, verão que eu estou certo, e
se eu não estiver enganado ele não deveria encher a caneca até a borda, então
provavelmente vocês encontrarão veneno por toda a caneca, não apenas no café.
V
-Cara, um incêndio matou alguns milionários na França, e
entre ele parece que tinha alguns membros do governo. – Ed falou lendo o New
York times.
-Tenso.
-Olha só uma vez o gênio estava certo. –Ele falou
entregando o jornal a seu companheiro. –Ela de fato é a culpada.
Elion se inclinou no banco da lanchonete tomando mais um
gole de seu Milk Shake.
-Eu sempre estou certo meu querido e literatura não é
coisa do capeta. –Disse ele com sorrindo recolocando o canudo na boca.
J. Aeff
Amei, fiquei com muita duvida se tinha suicidio ou não não esperava que tivesse sido a mamis dele
ResponderExcluiracho q deixei todo mundo em choque com isso, rsrs, a bagaceira está só começando
Excluir😱😱 cm assim?
ResponderExcluirFiquei td enrolada achava que um depois acabou a pilantra da mãe DL....
MDS vou fim doida cm td isso!!! Kkkk
O mundo é cheio de curiosidades kkkk
Excluir😕....
ExcluirMelhor coisa o suspense...
Kkkk
😕....
ExcluirMelhor coisa o suspense...
Kkkk
Foi história MT boa ...
ResponderExcluirEstou mim tornando fã de histórias de suspense, nunca gostei e agr, estou amando... Mds, obgd por mim apresenta esse mundo perfeito!!!
Eu to Tipo Hã?!
ResponderExcluirMuito fodastico
Kkkkkkk imagino, ninguém esperava por esse final kkk
ExcluirEu desconfiei da mãe de christian, quando ela falou que lamentava por seu filho ter colocado beladona em sua bebida, porque como ela sabia o que tinha sido colocado na caneca dele,kkk cara eu tô me achando um detetive.
ResponderExcluirGostei demais.
Parabéns meu caro.
kkkkkkk, muito obrigado rsrsrs
Excluire fico feliz em saber q estou formando novos detetives heuheuheu
ExcluirKkk desconfiei desde o princípio da mãe de Cristophe, kkk q reviravolta de Elion quando volta pra prender a velha! Kkk
ResponderExcluirkkkkk, seiiiiiiii, desconfiava né, kkkk okay então rsrs
ExcluirKkkk sim
ResponderExcluir👏👏Adorei,a mãe ter matado o filho foi inesperado.
ResponderExcluirFico feliz, eu tento deixar minhas histórias inesperadas, só tento kkkk
Excluiramei a historia mas a mãe de Christian e louca do nada ela diz que ama ele e depois matar o filho eu hein mas Em fim um personagem interessante Elion ele mi chamou muita atenção tomara que eu gostei dele porque isso so foi começo
ResponderExcluircreio q você vá odiá-lo, kkkkkk
ResponderExcluirbrincadeira a parte, continue lendo e se surpreendendo