I
-Ora, ora, ora, se não é meu bom e
velho amigo David Huhlvan. –Disse Dorisglayson entrando em uma casa de chá.
O jovem detetive colocou sobre a
mesa sua xicara e disse com certo desprezo em sua voz.
-Não sei o porquê de tamanha
supressa, se foi você que me chamou até aqui.
Desfazendo-se de seu sorriso o jovem
oficial sentou-se na mesma mesa do detetive e lhe respondeu.
-Ora meu caro, não seja ranzinza...
-Por que você me chamou aqui? –Disse
M. Huhlvan cortando a fala do oficial.
Dorisglayson
já desesperançoso disse.
-Eu só gostaria de
informa-lo que eu voltei a trabalhar para a polícia e que estarei saindo da
cidade em menos de um mês e...
-Disso eu já sabia.
–Falou o detetive levando a xícara à boca.
-Mas o que você não sabe
é que...
-Que você só aceitou
voltar a trabalhar para a polícia britânica porque eles lhe ofereceram um cargo
em um grupo de inteligência inglesa, e você estará viajando em exatamente
quatro dias para algum lugar na Ásia, onde sua localização e a de seus colegas
são desconhecidas. Só que para ser mais especifico, você vai para a china, para
ser mais específico, para a Cidade Proibida, pois há rumores que um dos artefatos sagrados poderá ser
roubado antes do próximo ano novo chinês. –David olhou para o rosto perplexo de
M. Tayllor e voltou a falar. –pelo amor de Deus Dorisglayson, quem você acha
que ele indicou para esse cargo, logo após ter recusado vária vezes.
-Você não presta mesmo,
garoto!
David deu um leve
sorriso que logo se desfez ao olhar para xicara e ver que seu chá havia
acabado. Antes que ele pudesse pedir mais, foi interrompido pela chegada de um
velho oficial da polícia.
-Que bom encontrá-los aqui, senhor Huhlvan e
senhor Tayllor. –Disse M. Helmsley.
-Jackson meu velho
amigo, sua cara não está muito boa. –Falou Dorisglayson.
O velho fitou M. Tayllor
e o jovem Huhlvan e disse.
-É porque não trago boas
notícias, meu caro. –Ele desviou o olhar para o mais jovem e voltou a falar.
–Senhor Huhlvan, o seu amigo, o detetive Pieter, acabou de cometer suicídio.
David ainda sentado
perguntou.
-Mas como foi isso M.
Helmsley?
-Não sei, eu acabei de
ser informado e assim que soube liguei para sua casa e sua prima me falou que
eu lhe encontraria aqui, eu estou indo agora para o apartamento dele, se os
senhores quiserem me acompanhar.
-Mas é claro que iremos
Jackson. –Informou Dorisglayson. –Não é mesmo David?
-Claro. –Disse o garoto, levantando-se e
deixando algumas moedas sobre a mesa.
II
Não
levou muito tempo e os três estavam dentro do pequeno apartamento do
ex-detetive Pieter.
O
pequeno cômodo estava impecável, com cada objeto em seu devido lugar, o
apartamento era pequeno, mas de bom gosto. Os móveis eram luxuosos e vários
objetos ali presentes eram itens de colecionador.
Ao
chegar à cozinha, eles encontraram o corpo de Willian ainda pendurado pelo
pescoço, os sinais de enforcamento eram evidentes, o corpo do detetive estava
molhado. Onde havia sido contado que ele tinha saído do banho pouco antes de se
matar, a cadeira da mesa que tinha usado para enforcar-se permanecia no mesmo
local. O corpo do ex-investigador estava pálido e frio, como a neve que envolve
as ruas de Londres no natal.
-Ele
deixou alguma carta de suicídio? –Perguntou M. Tayllor.
Um
dos oficiais que já estava no local respondeu.
-Nós
mão tocamos em nada, mas aparentemente ele não deixou nada.
-Intrigante.
–Falou David.
-O
quê, Meu bom amigo? –Perguntou Dorisglayson.
Mr.
Huhlvan não disse nada, apenas se aproximou do corpo, subiu na cadeira onde
aparentemente ele havia usado, e tocou no rosto dele.
-Interessante.
–Voltou a falar.
-Algum
problema, David? –Disse o chefe de polícia.
-Não.
–Respondeu o garoto. –Apenas um. –Houve uma pequena pausa, tempo esse que David
usou para descer da cadeira e se aproximar dos demais. –Por que uma pessoa que
vai cometer suicídio tomaria banho antes?
-Então
você está insinuando que ele foi assassinado? –Perguntou um dos oficiais.
David
sorriu apenas.
-Então
o que você sugere, M. Huhlvan? –Perguntou M. Helmsley.
Olhando
para ele David disse.
-Mandem
seus homens colocarem cuidadosamente o corpo de M. Pieter sobre a cama e chame
o primeiro médico legista que venha a sua cabeça. –O garoto respirou fundo e
disse indo para o quarto. –GAME STATUS...
III
Após fazer uma análise no quarto de Pieter,
verificando cuidadosamente cada canto da casa, cada gaveta e cada prateleira de
uma pequena estante de livros que estava no quarto, David concluiu que nada foi
retirado do quarto e nem deixado.
A cama estava bem
forrada e as roupas estavam todas passadas e organizadas em seus devidos
lugares, até mesmo a carteira de Willian estava intocável, e ainda havia algumas
libras dentro dela.
Ao
recolocar a carteira sobre o criado mudo, o detetive se dirigiu ao banheiro,
onde não encontrou nada, apenas o leve vestígio de água, sinal que a banheira
havia sido usada.
Chegando
à sala, David teve seu raciocínio interrompido por Dorisglayson.
-David,
o medico legista chegará em menos de meia hora, de acordo com Jackson.
-O.K.
-Pra
onde você está indo?
-Vou
falar com o porteiro do prédio, gostaria de ir comigo? –Mr. Huhlvan não esperou
pela resposta, virou-se e começou a ir para a recepção.
-Posso
lhe ajudar em alguma coisa, senhor? –Falou um velho senhor que estava na
recepção.
-Sim,
o senhor conhece o senhor Willian Pieter do apartamento 67?
Com
um olhar doce e cansado disse.
-Ele
costumava parar e conversar comigo, eu fiquei sabendo o que aconteceu com ele,
e não entendo como um homem tão alegre e vivo feito ele, teria motivos para se
matar.
-Eu
sei como se sente. –Disse o garoto. –Como o senhor o conhecia bem, o senhor
poderia me informar se ele recebeu a visita de alguém esses dias?
Após
observar bem o garoto, ele disse sem muita dificuldade.
-Não
meu jovem, desde que o senhor Pieter veio morar aqui, há cerca de um ano, ele
nunca recebeu visitas de ninguém, e também nunca trouxe ninguém para seu
apartamento, sempre chegava pontualmente às 23 horas e lhe garanto que ele
nunca trouxe ninguém aqui.
-Mas
nas conversas que ele tinha com o senhor, ele alguma vez mencionou algum caso,
amor do passado ou filhos?
-Não,
nunca. –Disse ele cansado. –Ele sempre foi um homem de respeito, ao menos a meu
ver, e ele nunca mencionou ter tido algum filho ou ter se casado alguma vez.
Dando
uma leve coçada atrás da cabeça, David sorriu e agradeceu ao pobre senhor, em
seguida voltou para o quarto de Pieter.
Antes
que o detetive pudesse chegar ao andar do quarto, foi parado por um outro
funcionário do prédio que aparentava ser apenas uns três a quatro anos mais
velho que David.
-Posso
lhe ajudar em alguma coisa, meu rapaz? –Perguntou ele.
-Talvez
senhor, quem é?
-Eu
sou Rony, e sou o síndico desse prédio.
David
fez uma rápida análise no garoto e disse.
-Eu
sou David Huhlvan, estou com os agentes da polícia, o senhor deve estar ciente
sobre o ocorrido, não?
-Mas
é claro.
-Ótimo,
o senhor conhecia o falecido? –Perguntou David.
-Sim,
sim, todos os funcionários o conheciam, ele sempre foi uma boa pessoa, é lamentável
o que aconteceu.
-De
fato. –David voltou a falar. –O senhor saberia me informar se ele tinha caso
com alguém?
Ao
pensar um pouco ele respondeu que isso não sabia dizer, pôs M. Pieter nunca
havia levado ninguém ao seu apartamento.
-Quando
ele saía, a que horas costumava voltar?
-Se
não me engano, sempre antes das 23 horas, caso o senhor queira conferir, pode
perguntar a Aurélio, o senhor que fica na recepção.
-Está
bem. –Falou o detetive. –O senhor conversava sempre com ele?
-Nem
tanto, mas ele falava sempre com todos os funcionários, e com alguns moradores .
-Recentemente
o senhor percebeu alguma mudança no comportamento dele?
-Se
o senhor refere à tristeza ou depressão, a resposta é não, ele sempre foi um
homem alegre.
David
pensou um pouco e disse.
-É
tudo Rony, muito obrigado!
Com
uma leve saudação o síndico voltou aos seus afazeres.
Não
demorou muito e o Huhlvan estava dentro do quarto de M. Pieter, ao lado do
legista.
-Boa
noite, senhor. –Começou ele. –Creio que o senhor já tenha feito uma análise no
corpo, o senhor poderia relatar os motivos reais da morte dele.
Ao
se aproximar do cadáver, o médico começou a falar.
-Ele
morreu em torno das 22 horas, como podemos ver. –Disse ele apontando para uma
região do pescoço. –Seu esternocritomastódio foi forçado devido ao peso do seu
corpo, fazendo o pescoço quebrar, como podemos ver aqui, as bordas dos olhos
dele estão roxos, ou seja, antes de ter o pescoço quebrado ele asfixiou, e essa
é supostamente o motivo de sua morte.
-Ou
seja, ele de fato se enforcou?
-Exatamente.
David
olhou firmemente para o corpo jazido na cama e disse.
-O
senhor trouxe luvas, não?
-Claro.
–Disse o médico indo em direção a sua maleta, voltando com um par de luvas.
David
as colocou e retirando o forro que cobria o resto do corpo, sendo seguido pelo
médico. Ele descobriu o falo, encontrando restos de sêmen sobre a glande.
Com
um sorriso David disse.
-O
senhor sabe o que isso significa?
-Que
ele teve algum tipo de ejaculação. –Disse o médico.
-Errado!
–Afirmou David. –Significa que ele foi assassinado.
David
virou-se para a porta antes de continuar a falar.
-Mr. Helmsley, Mr. Tayllor. –Gritou ele.
Os dois homens atravessaram
a porta do quando David disse.
-Vejam
isso.
Quando
eles se aproximaram o jovem começou a narrar os fatos.
-Se
os senhores perceberem, há vestígios de sêmen em baixo do prepúcio, ou seja, o
nosso amigo aqui, provavelmente teve relações sexuais antes de morrer.
-E
porque isso é tão importante? –Perguntou M. Helmsley.
-O que o nosso amigo Huhlvan quis dizer
Jackson. –Começou Dorisglayson. – É que, se ele havia tomado banho antes de
suicidar-se, como teria vestígios de esperma no corpo dele? Chegando assim a
conclusão que o fato do nosso amigo ter tomado banho é falso.
David
sorriu para seu amigo.
-E
como você chegou a essa conclusão, rapaz? –Perguntou o chefe de polícia.
-Primeiramente.
–Começou David. –O fato de que sempre que saía ele voltava antes das vinte e
três horas, e também pelo fato de haver objetos sexuais em uma das gavetas, que
levaram a supor que ele estava tendo relações sexuais aqui em seu quarto, e
provavelmente com algum morador do prédio, já que alguns funcionários do prédio
me garantiram que ele nunca trouxe ninguém de fora para cá, e o fato dele ter cometido
suicídio, eu descartei assim que o vi, porque ninguém tomaria banho antes de se
matar. –Ele tomou fôlego e continuou. –E levando em consideração o que o nosso
amigo disse. –Falou ele, referindo-se ao medico. –a hora da suposta morte de M.
Pieter foi em torno das 22 horas, nós chegamos aqui as 23:40 e tecnicamente um
corpo não passaria tanto tempo molhado. –Finalizou com um leve sorriso.
-E
como você acha que foi a morte dele, afinal de contas ele foi encontrado
pendurado pelo pescoço na cozinha.
-Bom,
provavelmente, a pessoa que estava com ele é nossa principal suspeita, temos
que localizá-la e interrogá-la.
-Pelo
que entendi. –Interrompeu Jackson. –Vocês falaram que ele estava se envolvendo
com alguém desse prédio, não que eu seja um gênio, mas até uma criança
deduziria que tem dezenas de pessoas morando aqui. –Houve uma pequena pausa. –E
a pergunta que não quer calar, como nosso amigo foi acabar naquela forca
improvisada na cozinha?
David
respirou fundo antes de tentar responder e aproveitou para dar mas uma rápida
olhada no quarto, quando ergueu a cabeça, serrou os olhos e voltando o olhar
para o velho oficial ele disse.
-E
se o nosso amigo não foi enforcado na cozinha, nós sabemos que ele de fato foi
pendurado vivo em uma corda, mas não sabemos qual a real situação dele no
momento e nem tão pouco se ele de fato foi enforcado lá.
-O
que você quis dizer com isso, David? -Perguntou M. Tayllor.
-Menos
conversa e mais ação, meu caro. –Disse o garoto. –Ajude-me a mover a cama de M.
Pieter para o lado.
Sem
mais perguntas o outo investigador assim fez, ao terminar de mover a cama,
David pediu para que seu amigo lhe desse uma pequena ajuda para subir em uma
viga que estava no quarto.
Como
já dito anteriormente, o apartamento de M. Pieter estava repleto de itens para
colecionador. Havia espadas, medalhões, estátuas, quadros, entre vários outros
objetos, havia de tudo um pouco digamos assim; e como tal, o cômodo foi
redecorado de forma que ficasse favorável a quantidade de objetos. O piso era
de madeira, as paredes pintadas de um leve tom de marrom e o teto era um pouco
mais baixo que o normal e havia linhas de madeiras colocadas abaixo do teto
original, deixando-o assim mais baixo, e com um ar mais refinado.
David
agarrou-se em uma as vigas e sumiu sentando-se em nela, e ficando em uma
posição bastante desagradável ele olho por toda a linha e disse.
-Como
pensei há poeira em toda essa linha, mas tem um lugar onde há uma pequena
marca.
-E
isso significa que? –Perguntou Dorisglayson.
-Significa,
meu amigo que algo passou por aqui, e levando em consideração que a cama de
William ficava exatamente de baixo desse local, me arrisco em chutar que o que
passou por esse lugar na linha foi uma corda, e me arrisco mais ainda em afirmar
que nosso amigo foi enforcado aqui.
Após
um leve esforço M. Huhlvan saltou de cima da linha e batendo a poeira de suas
roupas, juntou-se aos demais.
-Então
meu caro. –Disse M. Tayllor. –Então vamos supor que, após a relação pós-gozo,
nosso amigo aqui foi enforcado e morto?
-Exatamente.
–Respondeu David.
-E
depois. –Continuou ele. –O assassino arrastou o corpo até a manheira e o deixou
lá, voltou par o quarto arrumou a cama, livrou-se de todas as provas que
levavam a crer que alguém esteve aqui, se livrou provavelmente de cartas e
fotos comprometedoras. –Para cada palavra que o detetive falava, o jovem
Huhlvan fazia movimentos com a cabeça sinalizava um sim e soltava leves sons de
confirmação. –Daí voltou ao banheiro, molhou o corpo de M. Pieter vestiu-o com
uma roupa short qualquer, o arrastou até a cozinha, pendurou o corpo lá
colocando uma cadeira jogada por perto, limpou o chão, para se livrar das
provas que mostravam que o corpo foi arrastado, em seguida molhou os próprios
pés e trilhou um caminho falso até a cozinha se passando pelo já enforcado
Wiliam Pieter, daí saiu do apartamento provavelmente sem ser visto, correto?
-Não
teria explicado melhor. –Afirmou David.
-Agora
meu amigo, como uma simples mulher poderia fazer tudo isso sozinha?
-Não sei Dorisglayson, porque você
não me explica?
-Provavelmente, ela não trabalhou
sozinha, alguém, talvez um irmão, um amigo?
-Talvez sim, talvez não, mas é o que
iremos descobrir. –David olhou para M. Helmsley quando disse. –Mr. Helmsley,
quem foi que encontrou o corpo?
-Um dos meus oficiais, ele veio até
aqui a pedido do próprio M. Pieter.
-E onde ele está agora? –Perguntou o
detetive mais jovem.
-Em frente ao prédio com os demais.
-Chame-o, gostaria de lhe perguntar
algumas coisas. –Ao se virar para M.
Tayllor ele disse. –Meu caro, você poderia conseguir para mim, a lista com
todos os moradores deste prédio, incluindo idade, status social e civil?
-Mas é claro. –Disse M. Tayllor
saindo do quarto.
-Mr. Helmsley, eu estarei na
cozinha, por favor, mande seu agente pra lá, obrigado. –Falou David
retirando-se.
IV
Não demorou muito e um jovem
policial de cabelo castanho claro, olhos do mesmo tom, pele clara e uma barba
rasa e bem feita, entrasse na cozinha, deparando-se com David terminando de
preparar uma xicara de chá.
-Queira sentar-se. –Falou o
investigador apontando para o assento de um pequeno balcão que havia na
cozinha. –Aceita um pouco de chá? É de camomila.
-Não senhor, muito obrigado.
-Você que sabe. –Disse David,
sentando-se a sua frente.
Após alguns goles seu chá começou.
-Fui informado que você encontrou o
corpo de M. Pieter.
-Exatamente.
-Qual o seu nome meu jovem?
-Alfonso, Alfonso Silver.
-Quantos anos você tem? Alfonso.
Posso te chamar de Alfonso, não posso?
-Claro, eu tenho vinte e dois,
senhor.
(Eu adoro ser chamado de senhor
pelos mais velhos, me dá um ar de superior.) pensou David com um leve sorriso
seguido de mais um gole de seu chá.
-Qual era sua relação com William?
-Bom senhor, como eu sou da polícia
e ele um investigador particular, nossa ligação era apenas de trabalho.
-Compreendo, e quais assuntos você
veio tratar com ele hoje?
Logo após pensar um pouco ele disse.
-Pra ser sincero eu não sei, ele
apenas me ligou pedindo para eu vir.
-Quais os trabalhos que vocês faziam
juntos, porque você e não outro oficial, e como vocês se conheceram exatamente?
-Como
eu disse trabalhos policiais, ele sempre me pedia alguns papeis, listas
telefônicas para que pudesse descobrir o paradeiro de algumas pessoas, eu não
sei porque ele me escolheu, talvez por minha competência, e a gente se conheceu
de um caso ao Sul de Londres, onde uma mulher foi assassinada.
-Respostas rápidas. –David colocou a
xícara sobre o balcão. –agora me diga a verdade.
-Não entendi.
-Eu verifiquei garoto, William nunca
trouxe ninguém para cá, nem mesmo o seu trabalho, ele chegava sempre depois das
vinte e três horas, e também conferi o telefone dele, ele não efetuou nenhuma
ligação hoje. Agora ou você me fala a verdade ou terei que tomar seu distintivo
e lhe prender por mentir para mim. –falou ele pegando a xicara e tomando mais
um pouco de chá.
Mr. Silver abaixou a cabeça respirou
fundo e disse.
-Eu me encontrava com William toda
noite a mais ou menos um mês, digamos que nós tínhamos alguns interesses em
comum, interesses esses que a sociedade não aceitaria muito bem digamos assim.
-Onde vocês se encontravam?
-Bom tudo começou de fato no caso da
senhora Lee, que foi brutalmente assassinada, depois daquele dia começamos a
nos encontrar em alguns eventos, festas, e há cerca de um mês, nos
encontrávamos sempre às vinte horas na minha casa.
-E porque você veio aqui ontem?
-Pelo fato dele não ter ido até
minha casa e nem me ligado, não pude ficar lá sentado e esperando, coloquei meu
uniforme para não levantar muitas suspeitas e vim até aqui e acabei o
encontrando enfocado.
-Para quem acabou de perder alguém
tão importante você até que não está tão mal.
-Não irei mentir para o senhor, eu
estou muito abalado, mas tenho que manter as aparências, não quero manchar o
nome dele com choro ou melancolias desnecessárias, eu sei que se eu chorar não
irei trazê-lo de volta.
-Compreendo. Você sabe por que ele
não foi a sua casa?
-Não, ele estava morto quando
cheguei, acho que isso eu nuca irei saber.
-Isso não é tão verdade. –Disse
David mudando o tom de voz para sarcástico olhando para o fundo da xicara
vazia.
-O que o senhor quer dizer com isso?
-Na perícia descobrimos que antes
dele morrer, ele havia acabado e ter relações sexuais com alguém, e que
provavelmente esse alguém está por traz da morte dele. Então meu jovem eu tenho
apenas duas teorias, ou você o matou ou nosso amigo Pieter te traía com outra
pessoa, e nós sabemos que ele era tudo, menos um mau caráter.
-O senhor não está insinuando que...
-Eu não estou insinuando nada meu
caro, são apenas teorias bastante relevantes. –Disse David interrompendo o
jovem oficial.
Alfonso respirou fundo e disse.
-O.K. Eu entendo que é seu dever
levar tudo em consideração, então antes que o senhor me pergunte Willian nunca
me falou de nenhum relacionamento que ele já teve, eu sei que eu não fui o
primeiro óbvio, mas nunca me interessei em saber de seus casos do passado, se é
que o senhor me entende.
-Claro, mas isso é o que irei
descobrir daqui a pouco. –David levantou-se e disse. –Pode se retirar, Alfonso,
e caso você encontre o detetive Tayllor, lhe peça para que seja mais rápido,
por favor. –Terminou ele indo para o chaleiro.
V
-Aqui está o nome de cada pessoa que
mora neste prédio. –Disse M. Tayllor soltando uma papelada em cima do balcão da
cozinha.
David pegou folha por folha,
descartou a maioria, só retirava um nome ou outro de uma das folhas e anotava
em um pequeno caderno de capa de couro. Ao terminar ele disse.
-Aqui tem o nome de oito pessoas, eu
quero que você procure onde for preciso, mas descubra se M. Pieter já conhecia
alguma dessas pessoas, se sim, quem e quando conheceu. Pois essa pessoa será a
responsável pela morte do velho detetive Willian.
-E o que o leva ter tanta certeza
que foi uma dessas pessoas, e principalmente que ele já a conhecia antes de vir
morar aqui?
-Apenas faça o que lhe pedi, logo
logo você saberá.
O investigador saiu o mais rápido
que pode, talvez se ele já não conhece
David, ficaria de certa forma com raiva por está cumprindo ordens, mas ao menos
ele estava o ajudando em alguma coisa. Ele pesquisou a vida de cada um daquela
lista, lugares onde viveram, nomes dos membros da família, lugares onde
frequentava e estudaram. Pouco mais de uma hora de buscas, ligações e
perguntas, chegou a uma conclusão, circulou um dos nomes do caderno e voltou ao
encontro de David.
-Aqui está meu velho amigo, o nome
de quem você queria.
David pegou o caderno e ao olhar
para o nome destacado ele sorriu e disse.
-Mistério resolvido, reúna a todos
no salão do prédio, os oficiais M. Helmsley e as oito pessoas com os nomes aqui
escritos. –Terminou ele indo em direção a saída.
Menos de meia hora depois todos se
encontravam diante de David no grande salão onde os moradores às vezes davam
festas beneficentes.
-Senhoras e senhores. –Começou o
jovem Huhlvan. –Como todos aqui presentes já devem está sabendo, William Pieter
foi encontrado morto no começo desta noite, e tudo levava a crer que havia sido
suicídio, mas descobrimos que não, que tudo foi forjado pelo assassino, mas
vamos ao que interessa; Willian foi morto após se envolver sexualmente com alguém,
e essa relação o levou à morte. Pois bem, após o ato sexual ele foi enforcado e
morto, mas quais os verdadeiros motivos para isso? Amor? Ciúmes? Pois bem, há
um bom tempo atrás ele conheceu o oficial Alfonso Silver, porém ele estava se encontrando
com outra pessoa ao mesmo tempo. William sempre saía todos as noites e voltava
sempre antes das 23, mas porque? Bom, porque ele se encontrava com alguém aqui
dentro, e foram esses encontros que o levaram à morte. –David tomou fôlego e
prosseguiu. –Pois bem, como ele sempre estava aqui no mesmo horário todos os
dias, deduzi que ele conheceu essa pessoa antes de vir morar aqui, e foi esse o
motivo de ter escolhido esse prédio para morar, pois assim poderia se encontrar
com essa pessoa sem levantar muitas suspeitas, mas como alguém poderia entrar e
sair do apartamento de Pieter sem ser visto ou sem levantar suspeitas, como ele
poderia andar livremente pelos corredores do prédio? Levando-se em consideração
que William tinha mais de 50 anos e que gostava de garotos bem mais jovens, fiz
uma pequena lista com os nomes de alguns moradores deste prédio, com o nome
claro de alguém em mente, a única coisa que faltava era se ele já conhecia essa
pessoa antes e vir para cá, e eu estava certo, só que William não teve apenas
relações com uma única pessoa, enquanto meu amigo Dorisglayson procurava
informações eu pesquisei com quem ele M. Pieter tinha contatos, e descobri que
ele provavelmente ficou com os oito aqui presentes, corrija-me se estiver
errado. –David parou de falar e esperou alguém ir contra ao que ele estava a
dizer. –Continuando. -Disse ele vendo que ninguém ia falar. –Mas foi por causa
de um de vocês que ele veio morar aqui e foi com essa pessoa que ele se envolveu
essa noite. –Com um sorriso no rosto David virou seu caderno mostrando o nome
que estava lá destacado. –(Rony Sibley). –Todos olharam para o sindico do
prédio quando David disse. –O nosso amigo Rony como síndico poderia andar
livremente pelo prédio sem levantar suspeitas, isso sem contar que ele havia se
encontrando com Pieter há cerca de dois
meses antes dele vim morar aqui de acordo com o investigador Tayllor, isso está
errado Rony Sibley?
-Não senhor. –Respondeu ele com a
cabeça abaixada.
-O nosso querido M. Sibley transou
com William, e bom isso não terminou muito bem para o pobre homem.
Mr. Helmsley declarou ordem de
prisão a ele cunhando David o interrompeu.
-Vamos com calma Jackson, eu ainda
não terminei, eu disse que ele é o responsável pela morte de William Pieter,
mas não disse que foi ele quem o matou. –Os olhares se voltaram para David
novamente. –Rony descobriu que M. Pieter estava tendo vários casos tanto com
moradores como com outras pessoas, então ele deu um ultimato para William, ele
teria que escolher entre nosso síndico favorito Rony ou os outros caras com
quem ele ficava, o detetive Pieter aquele tosco, com todo o respeito, decidiu
ficar com Rony e foi isso que o matou. –David coçou de leve a cabeça antes de
continuar. –Como M. Pieter não saiu do apartamento para se encontrar com
Alfonso ele veio até aqui e acabou pegando seu amado com outro na cama, bom,
ele esperou Rony sair do quarto e quando Wiliam estava praticamente dormindo
ele jogou a corda na linha de madeira, colocou o nó no pescoço do velho e o
enforcou, forjando logo em seguida tudo o que presenciamos hoje.
-Mentira. –Gritou o jovem policial.
-A é mesmo? –Perguntou David. –Você
se esqueceu de um detalhe, o porteiro do prédio, ele pode ser velho, mas lembra
de muitos detalhes, como por exemplo a hora que você entrou no prédio, e essa
hora não bate com a que você ligou para seu superior informando sobre o suposto
suicídio.
-Um simples testemunho de um velho
gagá não é o suficiente para condenar alguém. –Disse M. Silver aos berros.
-Não é apenas o testemunho dele meu
caro. –Disse David em contra partida. –Você é um oficial da polícia, mesmo
sendo novo no ramo você já presenciou vários casos, e tem base de como cometer
um assassinato e omitir os fatos.
-Mas...
David o interrompeu.
-Tem mais um detalhe crucial, os
únicos que sabiam que o detetive Pieter havia sido assassinado eram eu, Mr.
Tayllor, Mr. Helmsley e o médico legista, e quando eu conversei com você na
cozinha, em momento algum lhe contei esse detalhe, mas você conversou
livremente comigo, como se já soubesse desse pequeno detalhe, então Alfonso
Silver, responda-me, quem além dos citados por mim, sabia que ele não havia
cometido suicídio? O assassino é claro, e no caso você. –David sorriu ao
concluir. –GAME OVER
-Seu desgraçado. –Gritou M. Silver
quando seus colegas de trabalho se aproximaram e o prenderam.
Após o término de toda confusão
Dorisglayson estava em frente ao prédio com M. Huhlvan quando ele disse.
-Mas uma vez você mostrou que é um
gênio, meu amigo.
-Valeu. –Agradeceu David alongando
as costas.
-Você deveria ter aceitado o cargo
na força de inteligência, você é bem melhor do que eu.
-Nem tanto meu caro, trabalhar em
equipe não faz muito meu estilo, e afinal de contas eu tenho outro assunto para
resolver aqui na Europa.
-E o que seria, posso saber?
-Outro dia quem sabe, agora tenho que
pegar um táxi. –Disse ele parando um taxi. –Até outra hora meu caro.
Dorisglayson ficou a sós em meio
aquela noite, e uma única dúvida vinha a sua mente, o que passaria na cabeça de
alguém para recusar um dos melhores empregos já propostos na vida, mas nada lhe
veio à mente.
J. Aeff
Nossa que reviravolta na historia, mas gostei muito.
ResponderExcluirfico feliz q tenha gostado, as proximas seram bem melhores rsrs
ExcluirCara que enrolada👏👏👏
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, q bom q vc gostou kkkkk
ExcluirA reviravolta cm disse Jaque, foi inesperada... Cara MT bom essa história...
ResponderExcluirMais uma vez fico feliz que tenha gostado rs
ExcluirMais uma vez fico feliz que tenha gostado rs
ExcluirN gostei n pow...
ExcluirEuu simplesmente ameiiiii!!!!
Menino e que palavrão da bixiga é esse " esternocritomastodio" kkkkk.... Acho que é assim que se escreve kkkk
ResponderExcluirTive que lê e relê um montão de vezes p conseguir falar direto, sem parar, isso... Kkkkkkk
Eu nem lembrava mais de ter usado essa palavra kkkk
ExcluirEu nem lembrava mais de ter usado essa palavra kkkk
ExcluirKkkkkkk eu quase n saio dela, MT difícil de ser pronunciada orr kkkkkk
ExcluirPrecisava MSM disso....
Kkkk
Kkkk David sempre sarcástico kkkk ele humilha muito os colegas kkkk Q homicídio em kkkk esse Silver jurando q enganava o Cara "David "...
ResponderExcluirDavid é David kkkkkk
ExcluirSem dúvidas David é um gênio, ele simplesmente não deixa passar nada.
ResponderExcluirMuito bom.
rsrsrs, q bom q tenha gostado rsrs
ExcluirPieter era muito pegador kkkk David é muito foda👏e Alfonso achando que ia enganar David kkkkk muitooo bom!
ResponderExcluirkkkk, Pieter era muito vida loka, David é simplesmente um gênio. rsrs
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